ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

07/Mar/2022

PIB do Brasil em 2021 tem a maior alta desde 2010

De acordo com dados das Contas Nacionais apuradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgados na sexta-feira (04/03), em meio à recuperação após ser atingida em cheio pela pandemia de Covid-19 em 2020, a economia brasileira registrou em 2021 seu melhor desempenho desde 2010. A alta anual de 4,6% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi a maior desde o salto de 7,5% em 2010. Diversos componentes do PIB também registraram o melhor desempenho desde 2010. Alguns deles, pelo lado da oferta, foram a indústria, cujo avanço de 4,5% no ano passado é o maior desde o salto de 10,2% de 2010, e o setor de serviços, com alta de 4,7%, a maior desde os 5,8% de 2010. Pelo lado da demanda, o salto de 17,2% na formação bruta de capital fixo (FBCF) foi o maior desde a alta de 17,9% de 2010. O consumo das famílias, por sua vez, registrou o melhor desempenho desde 2011, quando saltou 4,8%. Ano passado, o avanço foi de 3,6%.

O Produto Interno Bruto (PIB) per capita alcançou R$ 40.688,10 no ano de 2021. Houve uma alta de 3,9% em relação a 2020, em termos reais, ou seja, já descontada a inflação do período. O avanço de 4,6% registrado em 2021 fez o Produto Interno Bruto (PIB) do País ficar 0,5% acima do patamar do quarto trimestre de 2019, no período pré-pandemia de Covid-19. No entanto, o PIB brasileiro ainda está 2,8% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 0,5% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB apresentou alta de 1,6% no quarto trimestre de 2021. O PIB do quarto trimestre de 2021 totalizou R$ 2,3 trilhões. No ano de 2021, o PIB somou R$ 8,7 trilhões. O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria caiu 1,2% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021.

Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB da indústria mostrou queda de 1,3%. No ano de 2021, o PIB da indústria subiu 4,5% ante 2020. O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no quarto trimestre de 2021 ante o trimestre imediatamente anterior trouxe resultados divergentes na comparação desagregada dos componentes. A queda de 1,2% no PIB da indústria no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre foi a maior desde o segundo trimestre de 2020, auge da pandemia de Covid-19, quando houve um tombo de 11,2% ante o primeiro trimestre daquele ano. Dentro do PIB industrial, a indústria extrativa recuou 2,4% ante o terceiro trimestre de 2021, a primeira queda na comparação com trimestres imediatamente anteriores após três trimestres de alta. Pelo lado positivo, ainda no PIB da indústria, o avanço de 1,5% na construção civil na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2021 foi o sexto consecutivo.

Atípica, já que, normalmente, apresenta desempenho mais fraco no fim do ano, a alta de 5,8% no PIB da agropecuária no quarto ante o terceiro trimestre de 2021 foi a maior, nessa base de comparação, desde o primeiro trimestre de 2017, quando houve avanço de 11,9% ante o quarto trimestre de 2016. As atividades financeiras ficaram estáveis (0,0%) no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre do ano, enquanto as imobiliárias recuaram 0,4%. As indústrias extrativas recuaram 2,4% na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2021, informação e comunicação subiram 3,4%, e produção e distribuição de eletricidade, água e esgoto recuaram 0,2%. O comércio encolheu 2,0% no quarto trimestre ante o terceiro, a indústria de transformação caiu 2,5%, mas a construção subiu 1,5%. O setor de transporte e armazenagem teve expansão de 2,6%, enquanto as outras atividades de serviços cresceram 2,1%. A administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social cresceram 1,0%, enquanto a agropecuária avançou 5,8%.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 0,4% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, a FBCF mostrou alta de 3,4%. No ano de 2021, a FBCF subiu 17,2% ante 2020. A taxa de investimento (FBCF/PIB) de 2021 ficou em 19,2%. O consumo das famílias subiu 0,7% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o consumo das famílias mostrou alta de 2,1%. No ano de 2021, o consumo das famílias subiu 3,6% ante 2020. O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,8% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o consumo do governo mostrou alta de 2,8%. No ano de 2021, o consumo do governo subiu 2% ante 2020. O Brasil alcançou uma necessidade de financiamento de R$ 128,0 bilhões em 2021, ante um resultado de R$ 74,3 bilhões em 2020.

O saldo externo de bens e serviços passou de R$ 52,2 bilhões em 2020 para R$ 88,4 bilhões em 2021. A renda líquida de propriedade enviada ao resto do mundo saiu de R$ 159,4 bilhões em 2020 para R$ 234,4 bilhões em 2021. Após ser atingida em cheio pela Covid-19 em 2020, a economia brasileira se recuperou em 2021 e cresceu um pouco além do patamar anterior à pandemia, mas com desempenhos divergentes entre alguns componentes do Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto o consumo das famílias ficou, no quarto trimestre de 2021, ainda abaixo do nível pré-pandemia, os investimentos ficaram acima. O nível do PIB no quarto trimestre de 2021 ficou 0,5% acima do registrado no quarto trimestre de 2019, antes de a pandemia atingir a economia. Só que, enquanto o consumo das famílias ainda ficou 1,3% abaixo do nível do quarto trimestre de 2019, a formação bruta de capital fixo (FBCF) ficou 16,9% acima. Já o consumo do governo chegou ao quarto trimestre de 2021 0,7% abaixo do nível de igual trimestre de 2019.

A FBCF foi impulsionada pelos investimentos em bens de capital, com destaque para os importados, os caminhões e o maquinário empregado na agropecuária, pelas obras da construção civil e pelo desenvolvimento de softwares. Nas contas do IBGE, dentro da FBCF, a construção subiu 12,8% em 2021, as máquinas e equipamentos saltaram 23,6% e os outros ativos cresceram 11,2%. Além disso, o movimento de recuperação foi beneficiado por uma "demanda represada" nos investimentos. Sobre o desempenho do consumo das famílias, que ainda não retomou o nível de atividade anterior à pandemia, pesaram a inflação elevada, o aumento dos juros, diante do aperto da política monetária pelo Banco Central (BC), e as restrições remanescentes ao consumo de serviços presenciais, por causa da pandemia. Pelo lado da oferta, a atividade de "outros serviços", que inclui diversas atividades que dependem do contato social, como bares, restaurantes, hotéis e lazer, ainda está abaixo do nível anterior à pandemia.

A demanda doméstica puxou para cima o PIB de 2021, enquanto o setor externo contribuiu negativamente para o resultado final. Com uma alta mais acentuada nas importações do que nas exportações, o setor externo deu uma contribuição negativa de 1,0% para o avanço de 4,6% no PIB 2021, enquanto a demanda doméstica impulsionou a taxa em 5,6%. O próprio crescimento da economia puxou bastante para cima as importações em 2021. Os investimentos (medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo) contribuíram com 2,9% para o PIB de 2021. O consumo das famílias contribuiu com 2,3%, e o consumo do governo acrescentou 0,4%. Na FBCF, a construção cresceu 12,8% em 2021, enquanto o componente de máquinas e equipamentos avançou 23,6%, e os outros ativos tiveram expansão de 11,2%. Com o resultado, a FBCF ficou 16,9% acima do nível do quarto trimestre de 2019, no pré-pandemia. A guerra na Ucrânia ainda é muito recente para estimar quais poderão ser os efeitos do conflito sobre a economia brasileira.

O conflito está muito recente até para saber qual o efeito na economia brasileira. Depende de quanto tempo o conflito vai durar. Sobre os efeitos das eleições gerais de outubro sobre a atividade econômica, 2022 deverá ser um ano complexo. As regras eleitorais tendem a levar a um aumento dos gastos públicos no início de cada ano de eleição. Os aumentos nos preços de commodities elevaram a participação da agropecuária e da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021. O peso da agropecuária no PIB subiu de 6,8% em 2020 para 8,1% em 2021, e o da indústria aumentou de 20,5% para 22,2%. Já o peso dos serviços no PIB caiu de 72,7% em 2020 para 69,8% em 2021. A agropecuária ganhou bastante peso, apesar de ter ficado praticamente estável no ano de 2021, por causa do preço. O preço cresceu muito, então houve ganho da agropecuária no ano passado devido aos preços.

O mesmo aconteceu na indústria. Quem cresceu mesmo foi a indústria extrativa, que são petróleo e minério de ferro. Isso está correlacionado com preços das commodities. A taxa de poupança no País voltou a subir em 2021, passando de 14,7% em 2020 para 17,4% no ano passado, a mais elevada desde 2013, quando estava em 18,1%. O resultado foi puxado pela população de maior poder aquisitivo, que ainda acumula poupança diante da não normalização de consumo de serviços presenciais, como os de recreação. Os serviços presenciais deram uma recuperada no ano passado, mas esse consumo das famílias por serviços, apesar de terem crescido bastante, ainda não voltou ao patamar pré-pandemia. Quanto à poupança da população de mais baixa renda, há necessidade de uma melhora mais expressiva do mercado de trabalho para que isso seja viável.

Apesar do crescimento da ocupação, o mercado de trabalho precisa melhorar um pouco mais para população de baixa renda. Em 2021, a taxa de investimento foi de 19,2%, a maior desde 2014, quando estava em 19,9%. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita (de R$ 40.688,10 em 2021) foi insuficiente para recuperar o que nível pré-pandemia. O PIB como um todo cresceu mais do que tinha caído, mas, como a população nesse período continuou crescendo, o PIB per capita ainda está abaixo do pré-pandemia. O PIB per capita está abaixo do quarto trimestre de 2019 e aquém do pico da série, que foi alcançado no primeiro trimestre de 2014. O crescimento populacional fez com que o PIB per capita não se recuperasse dos efeitos da pandemia como o PIB como um todo. Para o PIB per capita voltar ao patamar pré-pandemia, o PIB teria que ter crescido um pouco mais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.