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04/Mar/2022

Preços de matérias-primas disparam com a guerra

Uma semana após o início da guerra na Ucrânia, o avanço nos preços de algumas matérias-primas básicas indica que o impacto na inflação no bolso do consumidor deve ser forte. Desde 23 de fevereiro, o petróleo subiu 16,6%, de US$ 96,84 por barril para US$ 112,93 por barril do óleo tipo Brent. Na Bolsa de Chicago, a cotação do trigo aumentou 19,7% (de US$ 8,85 por bushel para US$ 10,59 por bushel) e o milho outros 6,5% (de US$ 6,81 por bushel para US$ 7,25 por bushel). Esses são os produtos nos quais Rússia e Ucrânia são mais fortes no comércio global.

A depender do desenrolar do confronto, analistas alertam que o avanço dos preços não deve parar por aí e o impacto nas cotações dos produtos e de seus derivados no Brasil deve aparecer em breve. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), esses fatores vão piorar o cenário da inflação. A FGV projetava 5,8% para a inflação deste ano e começa a considerar um índice em torno de 6,2%. Os efeitos da guerra e das sanções comerciais sobre os preços deverão ser permanentes até o fim do ano na medida em que o conflito não deve se resolver no curto prazo.

Por enquanto, essa pressão das commodities não foi captada pelos IGPs (Índices Gerais de Preços) da FGV. A alta do petróleo, grãos, produtos químicos, fertilizantes e derivados deve ficar nítida no IGP-10 deste mês. Para a MB Associados, a tendência é de que a inflação deste ano fique entre 6% e 6,5%. O conflito adiciona um choque que afeta intensamente o preço das commodities. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) afirma que a inflação vai subir. O efeito da guerra sobre os preços das commodities deve elevar em ao menos 0,5% a inflação do ano. A projeção para o IPC da Fipe era de 5,5%; agora é de 6%.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também reconhece que os preços dos alimentos no Brasil podem subir. Segundo a Associação Brasileira Indústria Trigo (Abitrigo), a disparada do preço internacional do trigo não bateu na cotação da farinha porque os moinhos estão estocados. Mas, agora vão começar a comprar trigo para o segundo semestre. Faz dois anos que os moinhos não estão repassando integralmente altas de custo. Com esse grande aumento, quando os moinhos forem às compras, certamente vai haver pressão. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.