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04/Mar/2022

Combustíveis: alta no petróleo irá elevar os preços

O preço do petróleo do tipo Brent bateu os US$ 112,90 por barril no dia 2 de março, aumentando a pressão para que a Petrobras anuncie novos reajustes dos combustíveis. O tema está na pauta da diretoria da empresa. Se decidir repassar integralmente a alta do petróleo para os seus clientes, o preço da gasolina pode subir de R$ 6,56 por litro para R$ 7,15 por litro; e o do óleo diesel, de R$ 5,65 por litro para R$ 6,64 por litro. As altas nas bombas seriam, portanto, de 9% e 17%, respectivamente. O cálculo considera os preços médios dos combustíveis divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Desde o dia 12 de janeiro, quando a Petrobras reajustou os valores pela última vez, a gasolina ficou 24% mais cara no mercado internacional e o diesel, 27%. Esses seriam os percentuais de reajuste que a empresa deveria fazer se quisesse acompanhar as principais bolsas mundiais de negociação, como prevê sua política interna de preços. Mas, isso não significa que todo esse aumento deve ser repassado ao consumidor final, já que, até chegar aos postos, os preços sofrem outras influências, como de impostos e adições de biodiesel e etanol aos produtos brutos, comercializados na forma bruta nas refinarias.

A Petrobras sabe que está com os preços defasados e que, ainda retroceda, a cotação do petróleo não ficará em patamares muito mais baixos do que o atual. Ainda assim, continua analisando o reajuste justo para não comprometer o seu caixa e sobrecarregar os consumidores num ambiente de crise econômica. Por enquanto, a empresa aproveita os estoques comprados há cerca de dois meses, quando o petróleo não estava tão valorizado quanto agora. A pergunta que a Petrobras tem se feito é até quando esse volume será suficiente para garantir o abastecimento de combustíveis em todo País. Apesar de o Brasil ser superavitário em petróleo, possui déficit em refino e, por isso, o consumo interno é coberto também com importação. No caso do diesel, a dependência de outros países é grande, de 25%. Desde o início do ano, a Petrobras vem continuamente mantendo preços um pouco abaixo do PPI (de equiparação ao mercado internacional). Essa diferença coloca em xeque a política de preços da empresa. Parte do resultado recorde de R$ 106 bilhões de 2021 se deveu exatamente ao repasse da alta do petróleo para o mercado interno.

A Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) afirma que o cenário é de incerteza, mas que, dificilmente, o petróleo será negociado em patamar inferior a US$ 100,00 por barril nos próximos dias. Como já tem um mês desde o último reajuste, deve haver um aumento nos próximos dias. Mas, a Petrobras pode não repassar a alta integral aos consumidores, em um primeiro momento. Para deixar o cenário ainda mais complicado, a companhia perdeu a contribuição dos demais importadores para atender o mercado interno. Como os seus preços se mantêm inalterados desde o início do ano, a concorrência, sem capacidade de competir, está parada e, desde janeiro, não fornece uma gota de gasolina ou diesel. Em contrapartida, a demanda continua crescendo, como acontece desde 2020. A importação por terceiros está inviabilizada, segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom). Isso significa que, praticamente, toda responsabilidade de fornecimento de combustíveis está com a Petrobras e que, se alguém tiver que pagar pela alta do petróleo no Brasil, será a empresa. O tamanho da conta vai depender do reajuste que vai anunciar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.