ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

04/Mar/2022

Projeto do Brasil de captura de metano selecionado

Um projeto brasileiro com foco em sustentabilidade na emissão de gás metano por represas de usinas hidrelétricas foi selecionado pelo Laboratório Global de Inovação em Finanças Climáticas (Lab) entre 150 outras ideias no mundo para o ciclo de aceleração de 2022. O mecanismo vai desenvolver tecnologia de captura do gás em hidrelétricas no País e criar um instrumento financeiro, ainda em definição, para atrair investimentos públicos e também privados e, assim, desenvolver um mercado para a sua negociação. Por meio do instrumento financeiro, a iniciativa vai arcar com o desenvolvimento da tecnologia que torna o processo de captação do gás metano possível. As hidrelétricas possuem águas ricas em metano que se forma a partir da decomposição da matéria orgânica no fundo dos lagos. Normalmente, o gás acaba sendo liberado na atmosfera, mas se capturado o metano pode abastecer geradores de biogás, fornecendo uma nova fonte de receita para as usinas.

Segundo as empresas que lideram o projeto, esta receita pode chegar a US$ 190 milhões por ano. As tecnologias existentes atualmente para a captura do gás metano, como membranas, torres de vácuo entre outras, no entanto, são difíceis de escalar e intensivas em energia. Mas, o surgimento de pesquisas e novas regulamentações estão sendo estimuladas pelas metas climáticas. A COP-26 (conferência do clima das Nações Unidas -ONU) e as recentes parcerias globais estão focadas em reduzir as emissões de metano como uma das opções mais eficazes para reduzir o aquecimento global de curto prazo. De acordo com o Climate Policy Initiative (uma organização para análises de políticas de energia e uso da terra), o trabalho com o projeto brasileiro deve chegar a um protótipo para a captura limpa do gás metano nas hidrelétricas.

Este é um projeto que inclui um instrumento potencial de captura do metano que pode ser aplicado em larga escala, inclui engajamento com investidores e a geração de créditos de carbono. O Mecanismo de Captura de Reserva de Metano, como o projeto está sendo chamado, foi uma das sete ideias selecionadas em todo o mundo e será liderado pelas empresas Open Hydro, organização que trabalha na aceleração de ações climáticas no setor hidrelétrico, e Bluemethane, plataforma de dados e hardware para capturar gás metano da água. O papel do Lab nos projetos selecionados é o de dar suporte técnico e auxiliar na busca de financiamento para projetos climáticos. Liderado por um grupo investidores, o Lab identifica, desenvolve e lança soluções com potencial para impulsionar recursos públicos e privados com foco em iniciativas climáticas em economias em desenvolvimento.

Em setembro, participou do lançamento de dois fundos de investimento ESG (ambiental, social e governança) brasileiros. A seleção de projetos se concentra em soluções nas quais ainda é preciso desenvolver as ideias comercialmente e nas quais a iniciativa privada ainda não está preparada para assumir os riscos. A iniciativa lançou desde a sua criação, em 2014, 55 instrumentos que mobilizaram US$ 3,2 bilhões. Só no Brasil são dez projetos acelerados. O Brasil tem uma posição de destaque na pauta ambiental global e grandes desafios no corte de emissões de gases associados ao aquecimento global. Impressiona a capacidade de agentes públicos e privados do País em ajudar a encontrar soluções com grande potencial. Durante a COP-26, realizada no ano passado, o governo brasileiro se comprometeu a reduzir em 30% a emissão de gás metano na atmosfera em relação aos índices de 2020. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.