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25/Fev/2022

Rússia-Ucrânia: crise eleva custos do agronegócio

O ataque militar da Rússia à Ucrânia deve elevar o custo de produção das empresas do agronegócio brasileiro. Além de a Rússia ser o principal fornecedor de fertilizantes para o Brasil, o conflito também causa alta dos preços dos grãos no mercado internacional, uma vez que a Ucrânia é grande produtora. Membros do governo avaliam o cenário, e a leitura, até o momento, é de que os efeitos sobre o agronegócio brasileiro dependerão da abrangência de eventuais sanções econômicas que possam ser impostas aos russos pelos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Mas, o impacto nos preços das commodities agrícolas e dos fertilizantes e, consequentemente, nos alimentos já é dado como certo.

A Minerva Foods avaliou que a crise entre a Rússia e a Ucrânia deve elevar o preço dos grãos no mercado internacional e resultar em uma grande pressão no modelo de criação de confinamento de bovinos. Os setores de suínos e aves também devem sentir o aumento de preços de seus principais insumos para a ração dos animais: farelo de soja e milho. A Ucrânia é um grande produtor de grãos e isso deixa as outras proteínas (concorrentes da carne bovina) menos competitivas. A pressão em cima dos setores de frango e suíno deve ser grande. O efeito tende a ser sentido também na criação de gado confinado no Hemisfério Norte.

Nesse caso, isso poderia até favorecer a oferta da América Sul, onde a engorda de bovinos é feita sobretudo a pasto, o que reduz a dependência de grãos. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o Brasil tem alternativas caso haja algum problema com a oferta de fertilizantes da Rússia. O Brasil é importador de fertilizantes de vários países do mundo. O Ministério da Agricultura trabalha no acompanhamento das cadeias de produção a fim de não haver desabastecimento ao Brasil. Ela citou Irã, Canadá e Marrocos como eventuais fornecedores. O Brasil adquire no exterior aproximadamente 85% do volume aplicado anualmente nas lavouras.

Embora o tamanho das sanções à Rússia ainda não esteja claro, os contratos futuros dos fertilizantes no mercado internacional já dispararam. Os derivativos de ureia listados no CME Group, nos Estados Unidos, subiram cerca de US$ 150,00 por tonelada, para perto de US$ 800,00 por tonelada. No Oriente Médio, o aumento foi da ordem de US$ 185,00 por tonelada, para também US$ 800,00 por tonelada no contrato para abril. A XP Investimentos reconhece que a possibilidade de aperto da oferta de fertilizantes da Rússia representa o risco de mais aumento dos custos no campo. Mas, pondera que, países com baixo custo de produção, como o Brasil, vão sofrer menos. O Brasil, na faixa atual de preço de venda de produtos agrícolas, tem mais margem a trabalhar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.