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25/Fev/2022

Fretes: custos elevados para 2º semestre de 2022

O Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq/USP (Esalq-Log) prevê fretes rodoviários bastante elevados para grãos no segundo semestre deste ano. A partir de julho, deve haver novo boom de preços, com crescimento do mercado de milho e entrada da 2ª safra de 2022, com característica de adiantamento da colheita. O segundo semestre será um período de fretes bastante elevados ante o ano passado e inclusive maior em relação a esse primeiro pico de safra do primeiro semestre. Sobre o primeiro semestre, os fretes já subiram muito em janeiro e fevereiro, além de terem iniciado o ano com aumento, na ordem de 19% ante o ano passado na rota entre Sorriso (MT) Rondonópolis (MT) por exemplo. Para esse ciclo de 2022, já se observa preços maiores em relação ao ano passado, embora haja um adiantamento e menor concentração da colheita de soja.

Fevereiro deve ser o mês de pico de escoamento e no qual os preços do frete já subiram de 5% a 10% ante o ano passado. Para março, a tendência é de mercado de transportes ainda aquecido com maior movimentação da colheita de soja nos estados do Norte, Minas Gerais e São Paulo e diminuição da necessidade de caminhões em Mato Grosso, onde a colheita está mais avançada. Em março, deve começar um arrefecimento e, a partir de abril e maio, com alívio no fluxo de escoamento da soja, o frete tende a começar a cair. A expectativa é de que a janela de exportações seja mais alongada para a safra de grãos com menor concentração das exportações como foi no ano de 2019. Em fevereiro, deve haver volumes maiores de cargas movimentadas para exportação do que nos últimos anos. A partir de março, deve se intensificar a exportação, mas acreditamos que será menos concentrada que nos outros anos.

Para o setor sucroenergético, a estimativa é de alta de 10% a 15% nos preços do frete rodoviário no segundo semestre. Com a recuperação da produção de cana-de-açúcar e manutenção do mix açucareiro, a tendência é de que os preços de frete para açúcar aumentem no segundo semestre, principalmente com a competição de fretes com milho 2ª safra de 2022. Neste primeiro semestre, o pico de aumento de preços tende a ser mais adiantado em virtude do escoamento da safra de grãos. Em janeiro e fevereiro, os preços já estão em níveis mais elevados, mas não acreditamos que deve chegar em pico pontual que foi observado em março do ano passado. No mercado de fertilizantes, deve haver novo aumento nos custos de frete rodoviário neste ano, especialmente durante o período da janela de importação, de julho a novembro.

A tendência é de elevação do frete rodoviário, com aumento da importação e transporte para fazenda. Os fretes para fertilizantes devem ter novo aumento, mas não na mesma magnitude observada em 2021, de aumento médio de 26%. Até maio, a tendência é de queda do custo do frete rodoviário para adubos, em virtude de ser menor período de importação de insumos e janela de maior exportação de grãos. Ao passo em que se caminha para nova janela de importação de fertilizantes, os preços devem voltar a subir novamente. Contudo, a escalada das cotações dos adubos vai se refletir na importação, no consumo interno e nos preços dos fretes destes produtos. Parte desse encarecimento deve-se à menor disponibilidade de frete de retorno para adubos, com maior participação das ferrovias na exportação de grãos e aumento do consumo interno de grãos.

O aumento expressivo do preço do óleo diesel no ano passado fez com que a participação do combustível no custo de frete rodoviário aumentasse. No trecho entre Rio Verde (GO) e Santos (SP), a participação do diesel saltou de 36% para 39% no preço do frete. De modo geral, o aumento do frete acompanhou a alta dos custos. Quanto aos custos de transporte rodoviário, a previsão para este ano é de permanência do cenário de aumento de preços de petróleo e óleo diesel. Os preços de combustíveis devem se manter elevados, especialmente neste momento de ofensiva militar entre Rússia e Ucrânia, com os futuros do petróleo iniciando a quinta-feira (24/02) acima de US$ 100,00 por barril. A expectativa é de aumento de preços neste ano para petróleo e óleo diesel. O óleo diesel vem de aumento acumulado de 47% no ano passado. Para os demais componentes dos custos rodoviários, a perspectiva é de estabilização dos preços de óleos e lubrificantes, mas ainda no patamar acima do pré-pandemia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.