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23/Fev/2022

Crédito Rural: crescimento das agfintechs em 2022

Segundo a Spiralem Innovation Consulting, após um período de forte crescimento em 2022, agfintechs que atuam no mercado brasileiro devem começar a se tornar alvo de aquisição por parte de empresas do agronegócio e instituições financeiras. A Spiralem é focada em inovação no mercado financeiro, assessorando grandes empresas e órgãos internacionais a realizar investimentos no ecossistema financeiro da América Latina. Fintechs como Traive, Nagro, MasterBarter, TerraMagna, Agrolend e outras são players muito novos e há ainda outras agtechs que estão se desdobrando em produtos financeiros. Em algum momento, alguns desses players vão se tornar alvo de aquisição de grandes companhias do segmento agrícola, mas também não descarto o crescimento dessas empresas por meio da abertura de capital. Cada vez mais conglomerados do mercado agrícola estão expandindo seus tentáculos, criando interfaces de distribuição de produtos financeiros.

Eles podem vir a criar novos players (agfintechs) dentro de casa ou comprar algumas dessas empresas. O movimento observado desde o ano passado, de investimentos de fundos de venture capital em agfintechs do Brasil, maior interesse de players internacionais e expansão de agfintechs nacionais fora do País, terá continuidade neste ano e deve se intensificar a partir do ano que vem. Provavelmente em 2023 e 2024, o Brasil estará em outro momento desse mercado. As agfintechs nacionais ganharão outra "musculatura" e as que miram o exterior conseguirão levar para fora sua tecnologia. Além disso, a partir de 2023, com modelos de negócios comprovados e carteira de crédito maior, elas poderão entrar na mira não apenas de empresas do agro, como também de instituições financeiras. No segmento financeiro, algumas já têm na retaguarda o respaldo de bancos, como a A de Agro, que tem investimento do BTG Pactual, e a Duagro, criada pela XP em parceria com a Vert Securitizadora.

Grandes bancos de varejo não ficarão de fora: alguns atuarão com fintechs criadas "dentro de casa", enquanto outros buscarão adquirir startups, "a reboque" dos passos dados por concorrentes menores. É uma questão de sobrevivência e de entrega de soluções ao mercado; não há outro caminho a não ser se aliar a algumas fintechs que já têm soluções no Brasil. Em paralelo ao crescimento de agfintechs em atuação, outras devem surgir, ampliando as opções e modelos de financiamento ao setor. Como exemplo pode-se citar a MasterBarter, criada em 2020, que permite a produtores de diversas culturas fechar barter pelo celular, receber antecipadamente parte dos recursos em sua conta digital e utilizá-los para despesas pessoais com um cartão de crédito com prazo safra. A tendência é cada vez mais profissionais com conhecimento da agropecuária atraírem fundos de investimentos para novos projetos, bem como empreendedores do sistema financeiro abandonarem o mercado "tradicional" para abrir seus negócios.

Há espaço para novas iniciativas. No agro, haverá os novatos com teses legais e gente qualificada para colocar essas teses de pé. Há muito espaço para as agfintechs ganharam relevância na oferta de crédito rural no Brasil. Por exemplo, os empréstimos para crédito pessoal sem garantia concedidos por fintechs nos Estados Unidos, cujo peso na oferta total de recursos nessa modalidade saiu de cerca de 5% em 2013 para 38% em 2018. O setor está no começo dessa “virada de chave”, mas é um exemplo que mostra a oportunidade de se expandir além das alternativas usuais do mercado. Vai depender do tamanho que as agfintechs atuais vão acabar adquirindo e de outras iniciativas que surgirão no mercado, porque só essas que estão aí não darão conta da demanda com o tempo. A entrada de players da cadeia produtiva (na oferta de crédito por fintechs) também pode ajudar a aumentar a escala de uma maneira bem forte. Há um mundo a ser desbravado no segmento dos pequenos agricultores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.