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22/Fev/2022

Suspensão de equalização preocupa as cooperativas

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial manifestou preocupação com a suspensão de linhas do Plano Safra 2021/2022 com taxas de juros subsidiadas pelo governo federal. Todas as cooperativas estão investindo e os recursos próprios são escassos. O governo anunciar o volume e depois trancar as liberações traz instabilidade. A Cocamar, com sede em Maringá (PR), atua nos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Novos pedidos de financiamento de linhas subsidiadas foram suspensos pelo Tesouro Nacional no dia 7 deste mês em virtude da falta de recursos do governo para equalizar taxas de juros do crédito rural. Há um crescimento muito alto na taxa básica de juros, a Selic, do ano passado para este, o que também surpreendeu o governo na equalização das taxas. O ano de 2021 começou com juros de 2,5% ao ano e encerrou com juros de 9,25%, o que estourou a conta do governo e o fez suspender todo dinheiro subsidiado.

O governo precisa fazer rapidamente a gestão para ajudar na taxa de juro de investimento, que é cara de 10% a 12% ao ano. Apesar da alta crescente da taxa Selic, a suspensão de financiamentos das linhas subsidiadas surpreendeu as cooperativas. A Cocamar, por exemplo, possui projeto protocolado e aprovado no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A cooperativa foi surpreendida porque tem plano para fazer investimento. O projeto está aprovado e agora surgiu a suspensão por um mês, porém as obras não podem parar. Além disso, enquanto aguarda a liberação, há um custo de oportunidade. A elevada taxa de juros livres do mercado inviabiliza o investimento por meio de capital próprio. Não é possível financiar com crédito próprio porque não há captação de recursos disponível hoje com juros de menos de 20% para um financiamento de 10 anos. Por meio da linha subsidiada, a taxa de juro para este tipo de projeto cai para 8,5%.

A redução de 47% na contratação de crédito rural das cooperativas de julho do ano passado a janeiro deste ano por meio da linha Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária) dentro do Plano Safra 2021/2022 também preocupa. O recuo não reflete redução no ânimo de investimento das cooperativas, e sim o encarecimento dos recursos. Os recursos estão caros e as taxas de juros elevadas. Com a quebra da 2ª safra de 2021 e da safra de verão (1ª safra 2021/2022), o produtor pede prudência para cooperativa na alocação dos investimentos. As suspensões mais frequentes nas linhas subsidiadas também contribuem para maior cautela e conservadorismo das cooperativas nos investimentos. O fato de o governo cortar as verbas durante o processo de contratação deixa as cooperativas inseguras para liberar novos projetos. Há projetos que levam dois anos de construção e de 10 a 20 anos para pagamento e, enquanto espera a liberação, o governo anuncia que não haverá. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.