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22/Fev/2022

Fundos de investimento no agro se destacam na B3

Disponíveis na Bolsa de Valores brasileira desde agosto do ano passado, os fundos de investimentos nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagros) já demonstram bons resultados para o investidor. Além de terem as mesmas vantagens dos Fundos Imobiliários (FIIs), como a isenção do Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos para pessoas físicas, essa classe de ativos está atrelada ao setor do agronegócio, o motor da economia e considerado resistente à volatilidade do mercado. As cotas do primeiro Fiagro foram negociadas na B3 em outubro. Até as primeiras semanas de fevereiro deste ano, outros dez iniciaram as negociações. Levantamento feito pela Teva Índices a pedido do E-Investidor mostra que a maioria desses ativos já entrega retorno positivo aos investidores. Os Fiagros costumam investir em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que têm uma regularidade nos pagamentos, o que justifica o desempenho positivo dos fundos.

Quando se tem alocações em CRAs, os fundos já começam a distribuir, o que faz com o que os ativos tenham rentabilidade. É o caso do Fiagro VGIA11. O fundo entrega a segunda maior rentabilidade na B3 até o momento, com retorno de 4,9% desde o início das suas atividades até o pregão da última quinta-feira (17/02). De acordo com a Valora Investimentos, gestora do fundo, 99,6% dos recursos estão alocados em CRAs. Além disso, o produto tem exposição em segmentos de cooperativas e distribuidoras de insumos agrícolas. É uma dinâmica mais segura em termos de liquidez, uma vez que há uma garantia de cumprimentos de contratos (das cooperativas e das distribuidoras) e por se tratar de ciclos agrícolas que se repetem há muitos anos. Em relação aos fundos que ainda não apresentaram bons retornos, o desempenho negativo pode estar associado aos custos iniciais do fundo, que prejudicam a rentabilidade. Estar negativo hoje não significa que vai estar negativo daqui a dois meses.

Outra justificativa é o tempo de carência para a realização dos pagamentos aos cotistas. Há muitos CRAs que têm boa rentabilidade, mas têm uma carência de um ano ou dois anos para começar a pagar. Os Fiagros ainda possibilitam ao investidor realocar seus recursos para o agronegócio a um valor baixo em relação às outras alternativas de investimentos disponíveis para pessoas físicas. Ou o investidor comprava ações das poucas empresas listadas na bolsa do agronegócio ou títulos de CRAs. Como a perspectiva é de que 2022 seja um ano de volatilidade, por conta de fatores políticos e econômicos, o agronegócio costuma ser uma alternativa para quem busca proteger seus recursos, além de o setor se beneficiar com a variação do câmbio. O agronegócio tem perfil exportador e essa característica faz com que em certos momentos o setor se volte para o mercado interno, quando está mais pujante, ou para o mercado externo.

O desempenho do Índice Teva Ações Commodities Brasil, que inclui segmentos do agronegócio, sinaliza o quanto o setor pode ser rentável para o investidor. Em 2021, o índice registrou uma alta de 23,6% no acumulado do ano, enquanto o Ibovespa encerrou com uma queda de 11,9%. O segmento de carnes e derivados foi o que apresentou o maior retorno, ao registrar um ganho de 7,7% no acumulado do mesmo ano. A outra vantagem é a administração dos fundos por gestoras especializadas em agronegócio e que têm conhecimento na hora de escolher os melhores papéis. Essa característica traz segurança para o pequeno e médio investidor. Os especialistas se mostram otimistas e projetam que novos fundos serão lançados no mercado até o final de 2022. Há muitas iniciativas para novos lançamentos, além de Fiagros com um pouco mais de complexidades e com taxas de retornos mais atrativas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.