16/Fev/2022

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), as vendas reais da indústria brasileira de alimentos e bebidas, descontada a inflação, devem crescer de 1,5% a 2% neste ano. As perspectivas são positivas mesmo se as pressões nos custos de produção persistirem. Para a economia geral do País, a Abia prevê aumento de 0,5% a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Se a previsão de crescimento da indústria alimentícia for confirmada, representará geração de 1% a mais de empregos diretos.

Este crescimento deve ser estimulado pela correção de 10,06% do salário-mínimo e do processo gradual de recuperação no emprego, que contribuem para a melhoria do poder aquisitivo da população. A perspectiva de recuperação do poder de compra da população, com aumento do salário-mínimo e queda do desemprego, corrobora para a retomada do poder de compra dos consumidores e para a expectativa de crescimento da indústria.

No mercado interno, a indústria prevê que as vendas devem seguir em ritmo de crescimento próximo ao observado em 2021, puxado novamente pelo food service. As exportações podem alcançar US$ 46 bilhões, em cenário considerado promissor. Do lado dos custos, a safra recorde de grãos brasileira 2021/2202, que entra no mercado a partir de fevereiro, deve ajudar a amenizar o custo de produção neste ano, melhorando a disponibilidade de matérias-primas.

Mesmo com geada e seca, a safra deve ser positiva. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a safra 2021/2022 está prevista em 265 milhões de toneladas (12,5% mais que em 2020/2021), o que pode amenizar o custo de produção. Mesmo considerando eventos climáticos, a previsão de safra ainda é recorde, que ajuda a diminuir a pressão de custo das matérias-primas para a indústria. Em relação aos preços dos alimentos, a pressão sobre os preços deve continuar neste início do ano, em meio aos custos ainda elevados das commodities e com o mercado global aquecido.

O setor aposta na 2021/2022 que tende a ser recorde. Com isso, os preços das commodities devem cair e a retomada do poder de compra deve ajudar no cenário completo de alimentos. Se a safra for muito boa, ajuda a controlar os preços dos alimentos e a própria pressão inflacionária do País. A indústria de alimentos processa aproximadamente 58% da produção agropecuária brasileira. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.