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16/Fev/2022

Alimentos: quebra na safra poderá elevar inflação

A seca que atingiu nos últimos meses os três Estados da Região Sul e Mato Grosso do Sul e a chuva torrencial na Região Nordeste começaram a apresentar a conta. Estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apontam, até o momento, uma quebra de 25,2 milhões de toneladas na produção de grãos por causa da estiagem. Neste pacote, estão soja, arroz, safra de verão de milho (1ª safra 2021/2022) e 1ª safra de feijão. A oferta mais apertada de alimentos já bateu nos preços ao produtor e começa a chegar ao prato do brasileiro e aos índices de inflação. Em janeiro, a alta dos alimentos respondeu sozinha por 43% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 0,54%, a medida oficial de inflação.

Também em janeiro, o valor da cesta básica de alimentos apurada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) subiu em 16 de 17 capitais pesquisadas. Os alimentos poderão ser de novo uma surpresa negativa na inflação deste ano. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) subiu de 5% para quase 6% a expectativa de inflação para o ano. Metade desse aumento é por conta da alimentação, e o restante é petróleo e tarifas. O milho, que tinha encerrado 2021 com recuo de 0,02% ao produtor, aumentou 8,40% em janeiro. A soja subiu 0,89% em dezembro e 5,55% em janeiro, e o farelo de soja, 2,14% em dezembro e 14,17% em janeiro.

A disparada das cotações do milho, da soja e do farelo provavelmente terá desdobramentos nos preços ao consumidor das carnes de suínos e aves e do leite nos próximos meses, já que esses insumos são a base da criação dos animais. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é prematuro dizer que há pressão inflacionária, pois a 2ª safra, que responde por 80% da produção brasileira de milho, ainda está sendo plantada. A Conab estima que a safra total de grãos do País para este ano deve atingir 268,2 milhões de toneladas, portanto 22,8 milhões a menos do que as projeções iniciais, mas, mesmo assim, mais do que a anterior, de 252,7 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.