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16/Fev/2022

Brasil busca ampliar o comércio agrícola com Irã

A viagem da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao Irã tem como objetivo ampliar o comércio agrícola do Brasil com o país. O Brasil faz muito barter com o Irã, exportando frango, milho e soja e importando ureia. A ideia é ampliar esse comércio e fazer novos negócios com o país. Entre os produtos possíveis de serem ampliados na comercialização entre os dois países, pode-se citar proteína animal, grãos, frutas e fertilizantes. O objetivo é ampliar a pauta e ver como o Brasil pode contribuir com a segurança alimentar do Irã. A comitiva partirá nesta terça-feira (15/02) ao país e tem retorno previsto para o dia 20 de fevereiro. A viagem foi confirmada, após a ministra ter resultado negativo para Covid-19. Na agenda da comitiva ministerial ao país constam encontros com autoridades governamentais, exportadores e importadores iranianos.

Está previsto também um evento empresarial promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil Irã. Uma delegação de cerca de 20 empresários brasileiros acompanhará a comitiva, de setores como proteína animal (bovina e aves), de grãos e cooperativas. Será uma agenda intensa. É um interesse do governo iraniano comprar grãos diretamente das cooperativas brasileiras. O Irã também está na rota da chamada "diplomacia dos insumos", uma série de viagens iniciada no ano passado pelo Ministério da Agricultura a fim de garantir abastecimento de adubos ao Brasil com os maiores fornecedores globais, em meio ao aperto na oferta global de fertilizantes e restrições logísticas e geopolíticas. No caso dos adubos, a intenção é ampliar a comercialização de ureia do país para o Brasil, além da expansão de outros nitrogenados derivados da ureia, como o nitrato de amônio (suspenso de exportação pela Rússia até 1º de abril). O Irã é um grande exportador de ureia. O mesmo processo que gera ureia gera amônio.

Este ativo pode entrar na pauta de conversa. O primeiro compromisso da comitiva no país será a visita a uma fábrica de ureia em Shiraz, cerca de 900 Km da capital Teerã. A Rússia era um dos destinos da ministra para tratar do fornecimento de adubos ao País. Tereza Cristina deveria acompanhar o presidente Jair Bolsonaro na viagem em andamento ao país, mas, como ainda estava com covid-19, não pôde integrar a comitiva. O encontro com exportadores de adubos deve ser conduzido pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Os players são os mesmos com os quais a ministra e sua comitiva se reuniram em novembro, em viagem ao país. Os motes do encontro seriam a apresentação do Brasil para investimentos dessas empresas, de capital misto, privado e estatal, e tratativas sobre fornecimento dos fertilizantes ao Brasil.

As restrições das vendas russas de nitrato de amônio por dois meses não estavam no escopo principal da agenda. O Brasil importa sobretudo no segundo semestre e a restrição se estende até abril. Além disso, há outros produtores que podem suprir a demanda. Outro local de interesse na rota da diplomacia dos insumos é o Canadá. Há interesse de Tereza Cristina em ir pessoalmente até o país conversar com exportadores de adubos e governo. Entretanto, talvez não haja tempo hábil para a viagem, já que a ministra vai se descompatibilizar do cargo em 1º de abril, pois deve disputar as eleições deste ano. Anteriormente, a pasta havia marcado uma ida ao país em janeiro, que foi cancelada por falta de agenda das autoridades canadenses. O interesse se mantém. O Brasil continua conversando, mas é preciso que haja boa vontade para falar desses temas. A agenda é mais ampla. Além das exportações de cloreto de potássio (KCl), a ideia é falar de carnes e outros interesses.

Em relação a Belarus, país em que a exportação de KCl está sujeita a sanções econômicas norte-americanas e europeias e sanções lituanas relacionadas ao transporte do produto, o governo monitora a situação e tem conversado com exportadores. Há interesse do país de realizar videoconferência para tratar do assunto, mas não há muito que o governo possa fazer porque as sanções estão ocorrendo. Os exportadores buscam outra alternativa de rota de escoamento do adubo. Belarus é o principal fornecedor de KCl ao Brasil, contribuindo por cerca de 20% do volume importado do adubo anualmente pelo País. Se o transporte for restabelecido, uma alternativa das empresas brasileiras para aquisição e pagamento do produto seria a realização doméstica de câmbio para pagamento do produto diretamente do Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.