ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

15/Fev/2022

Operação padrão de auditores fiscais traz prejuízos

A operação-padrão dos auditores da Receita Federal também causa problemas aos caminhoneiros. Segundo o Sindifoz (sindicato patronal do transporte rodoviário internacional de carga), no dia 10 de fevereiro, em Foz do Iguaçu (PR), na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, havia 3.820 caminhões parados por demora na liberação de cargas. As filas de veículos parados vêm se formando nos últimos 30 dias. A paralisação representa um custo diário de R$ 3,8 milhões para transportadoras e motoristas autônomos.

Nessa cifra estão incluídas despesas com estadia e custos fixos. Isso não envolve os prejuízos por conta das cargas paradas. A maior parte dos caminhões está com alimentos industrializados e cereais. Cooperativas do Paraná que traziam cereais do Paraguai para fazer ração e alimentar suínos e aves estão buscando grãos em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As cooperativas ligaram o alerta porque pode faltar produto para fazer a ração.

Os produtores de frangos e suínos registram prejuízos por causa da lentidão no fluxo das mercadorias que passam pela inspeção. Segundo informações de mercado, há empresa que deixou de exportar mais de 10% dos produtos por causa do atraso nos embarques. O atraso na liberação das mercadorias resulta em perdas de janelas de embarques de navios e custos logísticos adicionais, além de gastos com estocagem direta e terceirizada.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que reúne os elos da cadeia de frangos e suínos, afirmou que apoia os pleitos dos auditores fiscais agropecuários, porém pondera ser importante manter o fluxo de produção em detrimento ao estabelecimento de uma operação-padrão que tem penalizado o fluxo de abate, do abastecimento interno e das exportações. A entidade entrou com mandado de segurança pela normalização do fluxo de mercadorias.

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), levou o caso ao Ministério da Economia. A pasta afirmou que o governo estuda uma forma de resolver a situação e que buscará uma solução para que as fábricas não sejam impactadas. No setor, 43% das empresas reclamaram de atrasos na entrega de itens importados e 31% disseram que suspenderam linhas de produção porque a carga não chegou a tempo.

Várias delas também relatam dificuldades de exportar, em razão da morosidade em operações de embarque, no desembaraço das mercadorias e em inspeções das cargas. Algumas pagaram multas por não cumprir prazos de entrega. Entre as alfândegas com dificuldade no desembaraço, são citados os portos de Santos (SP), Navegantes (SC), Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e os aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Salgado Filho (RS) e Manaus (AM).

O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) afirmou que o setor produtivo deveria buscar a solução para esses gargalos com quem o causou, no caso, o governo federal. Esses episódios nas aduanas se tornarão cada vez mais agudos, à medida que os recursos orçamentários do órgão chegarem ao fim, a partir de maio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.