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07/Fev/2022

Amazônia: desmate é recorde na gestão Bolsonaro

Segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia brasileira atingiu um novo recorde para janeiro já nas três primeiras semanas do ano. Cerca de 360 Km² de floresta foram destruídos entre 1º e 21 de janeiro, a maior área desmatada em qualquer janeiro completo desde 2015, quando o Inpe lançou o programa de monitoramento periódico Deter. O desmatamento da Amazônia em janeiro do ano passado foi de 83 Km², quatro vezes menos do que o registrado nas três primeiras semanas de 2022. Especialistas ambientais disseram que os dados podem indicar um risco elevado de que 2022 se torne outro ano devastador para a Amazônia do Brasil, onde o desmatamento aumentou desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019.

Em novembro do ano passado, o Inpe divulgou que o desmatamento da Amazônia brasileira havia se estendido a 13.235 Km² entre agosto de 2020 e julho de 2021, um número inédito em 15 anos. Esse foi o terceiro aumento anual consecutivo desde a chegada ao poder de Bolsonaro, que é alvo de críticas internacionais por ter enfraquecido as políticas de proteção à floresta e por ter promovido a mineração e a exploração agrícola em áreas protegidas. O Observatório do Clima revelou que o Ibama gastou apenas 41% de seu orçamento em 2021. Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a devastação da Amazônia verificada em três anos de gestão Bolsonaro cresceu em níveis alarmantes. O desmatamento no bioma foi 56,6% maior entre agosto de 2018 e julho de 2021 que no mesmo período de 2015 a 2018. O avanço ficou evidente ainda no segundo semestre de 2018, como consequência das eleições presidenciais daquele ano.

O efeito tende a se repetir neste ano. Os aumentos consecutivos desde 2018 são resultado do enfraquecimento de órgãos de fiscalização e, portanto, pela falta de punição a crimes ambientais, bem como pela redução significativa de ações imediatas de combate e controle e pelos retrocessos legislativos. De acordo com o relatório, 51% do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, sendo 83% dessas ações em áreas de domínio federal. Em termos absolutos, as chamadas Florestas Públicas Não Destinadas foram as mais atingidas: tiveram alta de 85% na área desmatada, passando de 1.743 Km² derrubados anualmente para mais de 3.228 Km². No último ano, essa categoria de floresta pública concentrou um terço de todo o desmatamento no bioma.

Proporcionalmente à área dos territórios, terras indígenas tiveram alta de 153% em média no desmatamento comparando o último triênio (1.255 Km²) com o anterior (496 Km²). Já o desmatamento em unidades de conservação teve aumento proporcional de 63,7%, com 3.595 Km² derrubados no último triênio, contra 2.195 Km² nos três anos anteriores. Uma das regiões mais afetadas citadas no estudo é a divisa entre Amazonas, Acre e Rondônia, a "Amacro", caracterizada como a nova fronteira do desmatamento no bioma. O Amazonas passou da terceira para a segunda posição como Estado que mais desmatou a Amazônia. Está atrás apenas do Pará, onde se encontram as áreas mais críticas de perda de floresta e que se mantém em primeiro lugar desde 2017. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.