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04/Fev/2022

Crédito Rural: CAIXA pretende expandir recursos

A Caixa Econômica Federal espera chegar à segunda colocação no crédito agrícola no País até junho, e disputar, em dois anos, a liderança do segmento com o Banco do Brasil. A carteira do banco no crédito agrícola deve chegar a R$ 40 bilhões no final deste ano, e até 2024, a cerca de R$ 200 bilhões. No ranking oficial do Banco Central, a Caixa está em quarto lugar, mas os dados são de outubro. Em novembro, pode já ter passamos para o terceiro, e até junho, a expectativa é passar para o segundo lugar. No terceiro trimestre de 2021, dado mais recente, a carteira da Caixa no agronegócio chegava a R$ 12,3 bilhões, avanço de 79,4% em base anual. A do Banco do Brasil chegava a R$ 225,8 bilhões. A Caixa vai inaugurar 100 agências dedicadas ao agro. Ao todo, quer expandir sua rede física em cerca de 300 agências, as do agro incluídas. Além de ampliar o atendimento, a Caixa conta com linhas de crédito subsidiadas pelo governo federal para reforçar as concessões. No ano passado, o banco participou pela primeira vez do Plano Safra, através do qual obteve R$ 7 bilhões em recursos equalizados pelo governo.

Neste ano, quer pleitear uma fatia maior, e deixará de repassar a outros bancos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf) que não emprestava. A Caixa repassava mais de R$ 5 bilhões para outros bancos, porque no Pronaf e no Pronampe, não tinha a capacidade, o foco, de emprestar para quem mais precisava. A cifra de R$ 200 bilhões em dois anos é vista como factível e levaria a um acréscimo de 15% a 20% na carteira de crédito atual do banco. Entretanto, depende da entrada da Caixa no Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), que destina, através dos bancos, recursos subsidiados a empresas e produtores rurais e também a cooperativas da região, a mais forte do agronegócio brasileiro. O Banco do Brasil é administrador e domina as concessões via FCO, mas a Caixa tem condições de entrar no páreo. A Caixa vai pleitear o uso do FCO, porque são recursos subsidiados. Em especial com uma taxa de juros mais alta, isso é crucial. Neste ano, o FCO deve aplicar R$ 9,7 bilhões em recursos, sendo que o BB deve responder por R$ 8,3 bilhões.

Se a Caixa não conseguir entrar no FCO, a carteira de crédito agrícola no final de 2024 chegaria a R$ 150 bilhões. Uma expansão mais modesta, mas que, ainda assim, faria com que o banco público chegasse perto da liderança. O avanço no agronegócio é uma ambição dos grandes bancos brasileiros graças ao potencial de vendas cruzadas que esse tipo de crédito possui, como as de seguro agrícola, o que compensa em parte a menor rentabilidade das linhas. Hoje, o Bradesco é o segundo colocado no crédito rural, atrás somente do Banco do Brasil. A ambição da Caixa é sustentada por índices de capital robustos. Em setembro do ano passado, o índice de Basileia, que indica a proporção de capital próprio do banco na carteira de crédito, estava em 20,8%, o mais alto entre os cinco grandes bancos brasileiros. A escolha pelo agronegócio é lógica dado o potencial de crescimento do setor nos próximos anos. E mesmo que o capital se reduza nos próximos anos, o a Caixa teria à mão opções relativamente baratas para levantar recursos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.