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03/Fev/2022

Agronegócio comprometido em agenda de Carbono

Pesquisa global com CEOs de diversos setores realizada pela PWC revela que executivos do agronegócio brasileiro estão mais comprometidos com a agenda de descarbonização que os de outros segmentos. Segundo o levantamento, 37% das empresas do setor possuem compromissos firmados sobre ser "net zero", ou seja, zerar a emissão de carbono. O resultado ficou acima da média nacional, que inclui outros setores, de 27% e da média global, de 22%. Mais de 4.400 executivos em 89 países foram entrevistados para a 25ª edição do levantamento. Do total, 4% foram CEOs brasileiros de diversos setores, incluindo o agronegócio. Em relação a neutralizar o balanço entre emissão e captação de carbono, 47% dos executivos do agronegócio brasileiro afirmaram estar comprometidos com esta meta.

A média dos CEOs de demais setores do País que relataram compromissos com carbono neutro foi 31% e a global, 26%. Dos executivos do agro comprometidos com a agenda, 43% informaram que os projetos estão em andamento. Os resultados da pesquisa reforçam que o agronegócio está à frente no processo de agendas de descarbonização, já que vem priorizando as questões ambientais há mais tempo, parte em virtude de ter uma relação natural com fatores climáticos. O agro tem isso mais presente nas suas responsabilidades pela cobrança da sociedade sobre o setor. O número de CEOs do agro que responderam ter compromissos com descarbonização é muito maior que o dos outros segmentos. Contudo, este tema precisa ainda alcançar as pequenas e médias empresas do setor, hoje concentrado nas de grande porte.

As questões sociais também precisam ser enfrentadas ainda mais pelo setor. Outro ponto destacado é que se tratam de compromissos e metas mencionadas pelos executivos com resultados dos projetos ainda a serem acompanhados. Há trabalho importante para ser feito. O agro tem anunciado que está com agenda de redução de carbono e net zero importantes, mas é preciso acompanhar como serão divulgados os resultados destes projetos. Para este ano, a expectativa é de que essa questão vai evoluir. Destaca-se o fato de que, apesar de a maior parte das empresas incluir agendas ESG (Governança ambiental, social e corporativa) na sua estratégia, estas metas não estão atreladas às métricas de desempenho dos executivos.

De acordo com a pesquisa, a maioria dos CEOs tem metas relacionadas à satisfação do cliente, engajamento de funcionários e automação ou digitalização incluídas em suas estratégias de longo prazo. Em relação às metas voltadas às emissões de gases do efeito estufa (GEE), apenas 13% dos executivos do agronegócio responderam possuir métricas de desempenho, como remuneração variável e bonificações, atrelados ao compromisso, enquanto 43% dizem que a agenda está na estratégia corporativa de longo prazo. Além de aumentar a presença dos temas na agenda estratégica, é preciso aumentar o comprometimento do grupo executivo com as metas. Normalmente, grandes temas estratégicos das companhias estão atrelados às metas de desempenho de quem vai executar a estratégia como prioridade. A leitura é de que há estratégia, mas não está sendo exigida de quem está no comando.

Os executivos também foram questionados sobre as principais ameaças que podem afetar negativamente seus negócios neste ano. Para os executivos do agronegócio brasileiro, a maior preocupação é a instabilidade macroeconômica, seguida das mudanças climáticas. Para os CEOs brasileiros dos demais setores, os principais riscos são a instabilidade macroeconômica, riscos cibernéticos e a desigualdade social. Enquanto na média global as principais ameaças citadas foram riscos cibernéticos, riscos à saúde e instabilidade macroeconômica. Instabilidade macroeconômica e a desigualdade social preocupam mais no Brasil que no mundo. No mundo, o risco cibernético é a principal ameaça para executivos globais e relevante no Brasil, mas no agro a percepção deste risco é menor nos resultados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.