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31/Jan/2022

Inflação: alta de commodities é um sinal de alerta

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a elevação da cotação de commodities importantes na leitura de janeiro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) foi o principal motor da aceleração registrada no mês e acende sinal de alerta. O IGP-M teve alta de 1,82% em janeiro, após variar 0,87% em dezembro. O grande destaque da aceleração foi o avanço do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de 0,95% para 2,30%, com elevação tanto dos preços industriais (0,82% para 2,52%) quanto dos agropecuários (1,27% para 1,77%). Uma dessas commodities é o minério de ferro (de -0,52% para 18,26%). Com a demanda mais forte no exterior, o preço do minério tem subido rapidamente e continua em alta no mercado internacional.

As outras duas, a soja (de -1,03% para 4,05%) e o milho (-2,68% para 5,64%), tiveram aumento devido à estiagem na Região Sul e à expectativa de piora nas condições das safras. O aumento nos grãos pressiona a cadeia produtiva e pode se espalhar entre as proteínas, elevando ainda mais o custo de vida. É um sinal de alerta relacionado à piora das condições agropecuárias, que vieram com o anúncio do La Niña, que significa menos chuvas na Região Sul e mais chuvas na Região Nordeste. Essa dinâmica cria um desequilíbrio nas lavouras de ciclo mais longo, que se forem afetadas, demoram mais tempo para se recuperar. Uma quebra na safra dessas culturas pode comprometer a inflação do ano inteiro. Uma oferta menor já fará os preços subirem e uma nova safra não vai ter tempo de tirar essa repercussão ainda em 2022, por isso o sinal de alerta para o comportamento desses grãos.

Essa dinâmica afeta, por exemplo, a expectativa anterior de arrefecimento de Alimentação no Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Alimentação subiu cerca de 16% em 2020 e 8% ano passado. A expectativa era que esse ano subisse menos de 6%, algo em torno de 4%, mas os números já se aproximam de 7%. Essa mudança acarreta modificações também na projeção para o ano. Se antes a expectativa era de inflação no teto da meta para o IPC, agora já se percebe uma inflação pelo menos um ponto além, mais na direção de 6% do que de 5%. Isso acontece devido a frustrações com o agronegócio, mas também outros fatores, como petróleo, insegurança eleitoral, problemas fiscais e Ômicron. São várias situações em trânsito que geram incerteza maior e fazem a expectativa de inflação avançar mais rapidamente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.