31/Jan/2022

Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), as trocas de produtos do Brasil com os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial brasileiro, alcançaram máxima histórica em 2021 com as importações das vacinas e a valorização tanto de commodities quanto de insumos industriais embarcados ao mercado norte-americano. Houve um fluxo incomum na importação de gás natural norte-americano (US$ 3,3 bilhões no ano passado) em razão do acionamento de usinas térmicas em meio à crise hídrica. A corrente comercial dos dois países, ou seja, a soma de tudo o que o Brasil exporta e importa dos Estados Unidos, chegou a US$ 70,5 bilhões no ano passado, um volume financeiro que só fica atrás do comércio bilateral com a China, superior a US$ 135 bilhões.

Tanto as exportações brasileiras para os Estados Unidos (US$ 31,1 bilhões) quanto as importações (US$ 39,4 bilhões) representam valores sem precedentes. O desempenho do comércio bilateral em 2021 foi inédito. Foi um ano de recordes nas exportações e importações entre Brasil e Estados Unidos, superando a forte queda de 23,5% que havia ocorrido no ano anterior. As vendas aos Estados Unidos foram impulsionadas pela combinação de aumento de demanda, com alta dos preços em setores como siderurgia e petróleo. As exportações brasileiras de semiacabados de ferro e aço chegaram a US$ 4,5 bilhões, enquanto as compras de petróleo bruto pelos Estados Unidos somaram US$ 3,1 bilhões. Também tiveram destaque as exportações de aeronaves e suas partes (US$ 1,5 bilhão), ferro gusa (US$ 1,2 bilhão), café não torrado (US$ 1,1 bilhão) e celulose (US$ 1,1 bilhão).

Do lado das importações, além de gás natural, a compra no Brasil das vacinas produzidas pelas farmacêuticas norte-americanas totalizou US$ 2,3 bilhões, mais de cinco vezes acima do ano anterior. O recorde nas importações foi fortemente determinado por questões conjunturais, em particular a crise hídrica e a pandemia. Houve aumento expressivo nas compras de gás natural dos Estados Unidos para abastecer as termelétricas, cuja produção energética se intensificou em razão da escassez de chuvas. Também ocorreram grandes volumes de aquisição de vacinas contra a Covid-19. A expectativa é de que o comércio entre os dois países continue aquecido neste ano, ainda que com menor impulso em função da desaceleração econômica tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O comércio bilateral deve manter uma trajetória crescente em 2022, com aumento moderado das trocas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.