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28/Jan/2022

E-commerce pode gerar oportunidades na China

Segundo estudo lançado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), o e-commerce pode ser um caminho importante para diversificar a pauta de exporta­ções do Brasil para o mercado chinês, com a inclusão de produtos de maior valor agregado. O documento “As Oportunidades e os Desafios para Empresas Brasileiras no Maior Mercado de E-Commerce do Mundo: a China” é uma parceria do CEBC com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Klabin. A publicação traz o mapeamento das plataformas de e-commerce do país asiático, os modelos de negócio disponíveis, os setores que podem ser explorados e os desafios a serem superados para a entrada nesse mercado. É uma iniciativa importante e vai ao encontro do que a CNA pretende para aumentar a participação do agro no mercado asiático, além dos produtos tradicionalmente exportados como soja e proteína animal. Os produtores brasileiros têm grande interesse no e-commerce chinês. No entanto, ainda falta conhecimento, e o estudo poderá ajudar neste aspecto.

O estudo vai ajudar a entender as modalidades que existem e o processo de entrada. Assim, o produtor conhecerá o mercado sem fazer um investimento inicial tão grande. Como o comercio eletrônico é um meio importante para as empresas, o estudo irá contribuir para agregar valor às exportações brasileiras para China. Para o estudo, foram utilizados os principais marketplaces chineses, com foco na aceitação dos produtos brasileiros. Há oportunidades para vários setores brasileiros, tanto para empresas de grande quanto de pequeno porte. Os chineses conhecem os produtos brasileiros e a tendência é de melhores oportunidades para o Brasil, porém há desafios como a barreira cultura e o idioma. Por isso, não basta abrir uma loja online, tem que investir em marketing, mídia social e live streaming. O Brasil pode seguir o exemplo de alguns países que já comercializam produtos para China via e-commerce, como Peru, Colômbia e México. Segundo a Klabin, um diferencial para os produtos brasileiros entrarem nesse mercado são as embalagens mais atrativas.

A embalagem no e-commerce é um diferencial, passa a ser a primeira experiência da marca com o consumidor. A Klabin tem alto interesse nesse mercado, por isso tem uma agenda de ações voltadas ao e-commerce, além de estar adaptando seu portfólio. A Apex Brasil afirmou que a China é um mercado prioritário para a agência, que já vem desenvolvendo ações para acessá-lo, como um estudo em parceria com os Ministérios da Agricultura e Relações Exteriores para criação de uma Loja Brasil, espaço que servirá de vitrine para os produtos brasileiros. Com essa loja, o objetivo é trazer clareza sobre oportunidades e setores, além de outras informações como questões tributárias. Há expectativas positivas de acesso ao mercado internacional, e o e-commerce facilita processos, reduz custos e amplia os mercados. Os consumidores chineses têm procurado produtos alternativos, que contenham menos gordura e, portanto, menos calorias. Marcas brasileiras de carne, por exemplo, podem explorar snacks (lanches) ou versão carne-seca, em embalagens menores para serem transportadas mais facilmente, e versões magras, sem perder muito em proteínas e nutrientes.

A CNA destacou ainda que há oportunidades no mercado chinês para vários produtos brasileiros como lácteos, café, snacks, citados no estudo, inclusive, setores que coincidem com os que participam do programa Agro.BR, promovido pela CNA e Apex Brasil para diversificar a pauta de exportação do agro brasileiro. Os produtos brasileiros têm uma imagem positiva e atributos como sustentabilidade e saudabilidade. Há espaço para vários produtos explorarem essa imagem do Brasil, mas é um mercado extremamente competitivo. Por isso, é importante conhecer o gosto do consumidor. Hoje, o mundo está explorando essa brasilidade positiva e é preciso aproveitar esse momento. A carne desidratada brasileira (charque e suíno) também tem grande potencial no mercado chinês. Frutas secas, nozes, castanhas, sementes e vegetais desi­dratados são tidos como produtos saudáveis, muito consumidos ao longo do dia. O conhecimento detalhado dos hábitos dos consumidores chineses online é um fator importante para a definição de produtos e uma eventual necessidade de adaptação, visando maiores possibilidades de geração de receitas.

O açaí em pó, por exemplo, é geralmente consumido com água quente ou iogurte natural. O café instantâ­neo é o preferido devido à sua praticidade, a carne de frango em “tiras”, com baixo teor de gordura, é um produto com um excelente apelo para os consumidores preocupados com a questão da saúde, e o própolis em pastilha ou cápsulas tem uma saída maior que o spray. O estudo revela que há um universo a ser conquistado, o que exige um trabalho de construção da imagem do Brasil que aproveite alguns de seus ativos fundamentais: a biodiversidade, a Amazônia, a sustentabilidade e a tradição em produtos como café, chá mate e carnes. Os acordos comerciais são importantes para esse mercado de e-commerce, porque além da questão tarifária, podem proporcionar um cenário melhor de negociação e relacionamento bilateral. Para a entrada de alimentos, é necessário negociar produto a produto, por isso o relacionamento tem que ser muito bem estabelecido, com bases muito claras e documentadas. Para o agro isso é extremamente importante. Fonte: CNA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.