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26/Jan/2022

Celulose: previsão de preços em alta no 1º trimestre

Com o aumento da demanda por celulose na China, os produtores brasileiros têm anunciado reajustes consecutivos de preços na região. Mas, a perspectiva de demanda firme não se limita apenas ao mercado asiático. Fabricantes e analistas dizem que com as dificuldades de transporte da commodity, deve ocorrer uma maior procura pelo produto para a formação do estoque, o que leva à manutenção dos preços, pelo menos por enquanto, em todos os mercados. Na China, por conta da aproximação do Ano Novo Chinês, há um movimento natural de recomposição dos estoques, fator este que também influencia positivamente os resultados do segmento no período. Mas, a perspectiva, de forma geral, é de um primeiro trimestre positivo do ponto de vista de preços, não só na China, mas também em outros mercados.

A Klabin espera para este ano um primeiro semestre mais equilibrado entre oferta e demanda, favorecendo a manutenção dos níveis de preços em patamares mais elevados. Eventualmente, a companhia vê alguma pressão a partir do segundo semestre, considerando a entrada de novas linhas de produção. A Klabin afirma que a expectativa é de curvas de preços mais altos em 2022 do que as registradas em 2020. A companhia é a única brasileira a produzir e fornecer três tipos de celulose: fibra curta (eucalipto), fibra longa (pínus) e fluff. A Klabin estima que serão retiradas do mercado nos próximos meses, devido às paradas de manutenção anual programadas das principais produtoras de celulose no Hemisfério Sul, algo como 250 mil a 300 mil toneladas de celulose, o que deverá contribuir ainda mais para uma oferta mais justa de produtos. Na China, os preços vêm aumentando consecutivamente.

Foram três reajustes recentes somente pela Suzano. Os preços da celulose branqueada (BEK) na Ásia, praticados pela companhia de dezembro a fevereiro, ficaram US$ 100,0 por tonelada mais altos. A ideia é que o preço da commodity na Ásia, em torno de US$ 550,00 por tonelada, se aproxime do praticado na Europa, de mais de US$ 1,1 mil por tonelada. Mesmo monitorando constantemente o mercado asiático é difícil prever crises como a de setembro, quando o fornecimento de energia na China forçou as fábricas locais a cortarem a produção e ameaçou a economia. Mas, as expectativas são boas desde dezembro, quando os clientes da Suzano naquele mercado se preparavam para atender a demanda provocada pelo festival de compras que acontece no fim do ano. Em relatório divulgado na semana passada, a equipe do Bank of America (BofA) afirmou que os preços da celulose da China ficaram sob muita pressão desde maio de 2021.

Mas, alguns indícios de recuperação econômica levaram os produtores a aumentar os preços da fibra curta (HW) em US$ 20,00 por tonelada, US$ 30,00 por tonelada e US$ 50,00 por tonelada para dezembro, janeiro e fevereiro, respectivamente. Para a fibra longa (SW), os aumentos foram de US$ 70,00 por tonelada. Embora a expectativa seja de que essa recuperação desapareça no segundo trimestre de 2022, assim que a nova oferta de celulose chegar ao mercado, observa-se a precificação das ações do setor da América Latina apresentando um ponto de entrada atraente. O Bank of America iniciou no dia 18 de janeiro a cobertura de produtoras de celulose latino-americanas. A brasileira Klabin foi considerada a 'top pick' do banco entre os pares, com recomendação de compra. Na sequência de preferência apareceram a chilena CMPC e a Suzano, ambas também com classificação de compra.

A última da lista foi a Copec, sediada no Chile, e com recomendação 'underperform' (abaixo do desempenho médio do mercado). Nesta terça-feira (25/01), o JPMorgan afirmou em relatório que espera que os preços se acomodem ao longo do ano conforme novos volumes cheguem ao mercado. Além disso, não haveria surpresa se as ações do setor fossem impactadas quando os preços da celulose caíssem. O JPMorgan alertou também para o risco de oferta excessiva de celulose nos próximos anos, com a capacidade de produção mundial chegando a 6,9 milhões de toneladas até 2026, levando a um aumento de 4,6 milhões de toneladas, o que pode causar uma redução dos preços da commodity. O JP Morgan rebaixou a recomendação para o papel da Suzano de overweight, equivalente à compra, para neutra, citando cautela em relação ao ciclo da celulose nos próximos cinco anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.