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25/Jan/2022

Dólar inicia a semana em alta com risco geopolítico

Após perda de 1,05% na semana passada, o dólar subiu no mercado doméstico de câmbio nesta segunda-feira (24/01), em sintonia com o movimento de fortalecimento global da moeda norte-americana. Investidores limitaram exposição ao risco e se refugiaram no dólar em meio ao recrudescimento das tensões geopolíticas entre Ocidente e Rússia, que ameaça invadir a Ucrânia, e à expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), na quarta-feira (26/01). No pior momento da sessão, o dólar chegou a tocar a casa de R$ 5,52. Em seguida, com desaceleração do ritmo de alta da moeda norte-americana no exterior, a divisa também perdeu um pouco de fôlego no Brasil, fechando a R$ 5,50, ganho de 0,88%. Apesar disso, o dólar ainda acumula perda de 1,30% em janeiro. Com o pregão à vista já fechado, o contrato de dólar futuro para fevereiro diminuiu o ritmo de alta, em meio a virada das bolsas norte-americanas para o positivo, e acabou encerrando com avanço de 0,37%, a R$ 5,49, abaixo do valor no spot.

O Real, desta vez, não amargou o pior desempenho entre as divisas emergentes e de países exportadores de commodities, papel que coube, por motivos óbvios, ao rublo. A moeda brasileira também apresentou performance superior à de seus pares, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno. Para a Vitreo, a questão geopolítica está servindo como gatilho para esse movimento de piora dos ativos. Mas, pode ter algo maior por trás, que é a expectativa pelo Fed. O Fed tem adotado uma política de transparência e tende a ser mais explícito sobre a normalização da política monetária em seu comunicado na quarta-feira (26/01). A sanção do Orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro, com veto de R$ 3,1 bilhões, abaixo do pedido pelo Ministério da Economia, e reserva de R$ 1,7 bilhão para reajuste de servidores não agradou o mercado, mas, de certa forma, já estava refletida nos preços dos ativos. Teme-se, contudo, que eventual reajuste para servidores federais da área de segurança dê novo fôlego às reivindicações de outras categorias.

Outro ponto de preocupação é a PEC que zera tributos para combustíveis e energia, cujo resultado pode ser aumento no rombo das contas públicas e, por tabela, da percepção de risco fiscal. Para a JF Trust, embora a crise geopolítica e a expectativa em torno da intensidade e do "timing" da alta de juros nos Estados Unidos sejam fatores preponderantes para a trajetória dos ativos nesta segunda-feira (24/01), a sanção do Orçamento, com contingenciamento abaixo do esperado, e a potencial renúncia fiscal contida na PEC dos combustíveis ajudam a pressionar o dólar. A política fiscal emite sinais negativos no que se refere ao aumento de gasto e renúncia de receita. A percepção é de um orçamento mais gastador e com potencial ruído caso a reserva seja usada para reajuste de policiais. Na semana passada, o Real foi beneficiado pela reversão de posições compradas em dólares por parte de estrangeiros, que já teriam sido ajustadas.

Para a Armor Capital, a semana passada mostrou o peso do investimento estrangeiro na formação dos preços dos ativos locais, em especial no câmbio e na bolsa. A grande questão é se esse fluxo seguirá firme apesar do risco político e eleitoral, além do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, que costuma abalar os fluxos para países emergentes. A percepção de que o Fed poderá ser mais agressivo na elevação dos juros e redução de seu balanço ganhou força e já produziu uma forte elevação dos juros reais implícitos nas curvas de juros nos Estados Unidos. Ainda pela manhã desta segunda-feira (24/01), o Banco Central vendeu US$ 500 milhões em leilão de linha, de uma oferta total de R$ 1,5 bilhão, em operação para rolar vencimento de 2 de fevereiro. Foi aceita apenas uma proposta. Já a oferta de 17 mil contratos de swap cambial (US$ 850 milhões), para rolagem dos vencimentos em março, foi totalmente absorvida. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.