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25/Jan/2022

EUA: altas nos preços mudam hábitos de consumo

A alta dos preços dos alimentos está levando os consumidores norte-americanos a abastecer seus carrinhos com produtos de menor valor. Os compradores buscam mais descontos e estão migrando para marcas próprias, mais baratas, para itens como óleo de cozinha e congelados. Para fazer seus dólares renderem mais, os consumidores estão, cada vez mais, comparando preços em diferentes lojas e se inscrevendo em programas de descontos, como entregas automáticas, que oferecem reduções de preços adicionais. Trata-se de uma mudança no comportamento do consumidor, depois que os compradores gastaram significativamente com alimentos, no início da pandemia. As empresas de alimentos informaram que os benefícios do programa de desemprego e o pacote de estímulo ao consumo do governo federal deixaram as pessoas com um dinheiro extra, e que os consumidores gastaram mais no supermercado, já que as viagens e idas a restaurantes ficaram suspensas em 2020.

Com a inflação atingindo o nível mais alto em quatro décadas, nos últimos meses, os compradores passaram a buscar formas de reduzir os gastos com alimentação. O índice de preços ao consumidor calculado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, que mede o custo de bens de consumo e serviços, subiu 7% em dezembro, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, o ritmo mais acelerado desde 1982. O índice que mede os gastos com alimentação em domicílio subiu 6,5% em 2021, maior alta anual desde 2008. O índice que mede despesas com carne, frango, peixe e ovos aumentou 12,5% de 2020 para 2021, enquanto frutas, hortaliças, cereais e itens da padaria também registraram alta de preços. E novos aumentos estão por vir. Grandes empresas da indústria de alimentos, como Mondelez International Inc., General Mills Inc. e Campbell Soup Co. já informaram que planejam aumentos adicionais nos preços a partir de janeiro, seguindo-se a outras companhias, que fizeram reajustes no ano passado.

Setores como bens de consumo e manufatura também passaram a cobrar mais pelos produtos, citando a alta nos custos com salários, transportes e materiais. As marcas próprias das redes de varejo, que tendem a ser mais baratas do que marcas consagradas, representaram cerca de 21% das vendas de alimentos e bebidas nas lojas norte-americanas nas 12 semanas encerradas em 26 de dezembro, segundo a empresa de pesquisa IRI. No mesmo período, marcas próprias de óleos, por exemplo, ganharam 4,4 pontos de participação de mercado, contra versões de marcas consagradas, segundo a IRI, enquanto os biscoitos ganharam 1,6 ponto e legumes congelados, 1,4 ponto, na mesma comparação. Segundo a Thrive Market, que vende alimentos online, as pessoas estão se preocupando mais com o valor. Os clientes da empresa estão mais interessados em ofertas de reembolso e eventos promocionais. Nem todos os compradores estão resistindo aos aumentos dos preços, segundo executivos do varejo.

Segundo a rede de hipermercado Ocean State Job Lot, os consumidores estão se acostumando aos preços mais altos, e é difícil saber até que ponto estão se movimentando em função dos problemas na cadeia de suprimentos e outros fatores macroeconômicos. Executivos de supermercados afirmaram que estão tentando obter mais itens com descontos de uma variedade de fornecedores, para tentar barrar a alta dos preços. Muitos deles planejam oferecer mais produtos de marca própria nas gôndolas este ano, diante da crescente demanda por esses itens. Esses produtos perderam mercado em 2020, em parte, devido à maior procura dos consumidores por itens mais conhecidos, e as empresas de alimentos deram prioridade a marcas de alcance nacional. Desde então, os estoques de produtos de marca própria subiram, ajudando-os a recuperar espaço nas prateleiras dos supermercados. Nas mais de 2.700 lojas da Kroger espalhadas pelos Estados Unidos, as vendas de marca própria estão crescendo nos departamentos de massa, bacon e frutas congeladas.

Os compradores também estão procurando a marca própria para itens como tomates e carnes frias. A rede de supermercados planeja acrescentar maior variedade aos seus produtos de marca própria este ano, ao analisar os dados dos compradores. Os consumidores ficaram mais atentos aos preços dos itens de proteína e estão reduzindo a compra de carnes de valor mais alto, segundo os supermercadistas. Esse movimento vem se espalhando para outros alimentos, e alguns itens de preços relativamente altos estão perdendo popularidade com o aumento da venda de produtos mais baratos. De acordo com a rede varejista e distribuidora SpartanNash Co., as pessoas estão comprando menos sorvetes de preço médio, optando pelos mais baratos, ou economizando para levar itens de alta qualidade. A rede Morton Williams Supermarkets tenta adquirir itens mais baratos de fornecedores antes de oferecer promoções. A escassez de produtos está provocando dificuldades, pois muitos fornecedores reduziram o planejamento de vendas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.