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21/Jan/2022

Fiagro: governo tem expectativas positivas em 2022

Segundo o Ministério da Economia, os Fundos de Investimentos nas Cadeias Agroindustriais (Fiagro) movimentaram R$ 7,5 bilhões em valor de emissão no intervalo entre julho, quando foram regulamentados provisoriamente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e novembro de 2021. No período, foram registrados 31 fundos (24 de investimentos imobiliários e sete de direitos creditórios), a maioria ainda em fase pré-operacional. A expectativa é que o montante ultrapasse R$ 10 bilhões até o meio deste ano. Apesar das cifras elevadas, os valores das ofertas desses fundos ficaram em R$ 5,5 bilhões. Considerando apenas os sete Fiagro em pleno funcionamento, o número cai para R$ 1,4 bilhão, metade da estimativa inicial do mercado. O desempenho aquém das expectativas das gestoras financeiras deve-se, em parte, a mais um ano tumultuado na economia e à resistência de alguns investidores.

Mas, os Fiagro seguem sendo vistos com otimismo pelo governo e pelo mercado de uma forma geral, tanto para fomentar investimentos quanto para atenuar problemas estruturais do setor rural. O esgotamento de recursos a juros controlados na safra 2021/2022 e a expectativa de aumento de taxas no próximo ciclo podem ajudar os fundos a deslanchar. O Fiagro é uma alternativa, já que tem taxas flutuantes. É um instrumento sem exigibilidade nem subsídio do governo. A criação de mais alternativas de crédito e o aumento da competição nesse mercado vão reduzir o custo dos empréstimos na ponta. O movimento não foi plenamente observado em virtude da alta expressiva da taxa base. Quanto maior a concorrência, menor será o spread que o produtor vai pagar no crédito. O governo tem a convicção que o produtor estaria sentindo mais ainda a alta dos juros se não existissem essas alternativas. Quando a Selic baixar, vai ser possível perceber a força desse instrumento.

Os Fiagros abrem oportunidade para que pequenos investidores façam aportes e possam usufruir do crescimento do agro, com maior dinamismo e transparência ao mercado de terras rurais, um mercado mais competitivo na formação de preços de terras, e maior liquidez ao estoque de terras como ativo do produtor rural. Há grande potencial desses fundos na atração de capital para o campo e investimentos estrangeiros ao país. O Brasil terá que elevar em 40% a produção nesta década, e investidores estrangeiros podem considerar que essa é uma boa oportunidade. Mas, a Constituição não permite a compra de terras por estrangeiros. Agora, eles podem, com o Fiagro imobiliário, apostar no crescimento, na valorização das terras, sem que o País abra mão da sua soberania. A equipe econômica aposta também nos efeitos positivos do melhor aproveitamento de terras mal administradas e de baixa eficiência, que inclusive fazem o Estado perder arrecadação.

Como os imóveis precisam estar totalmente legalizados para integralizar esses fundos, a tendência é que os Fiagros ajudem no processo de regularização fundiária e de melhoria da gestão no campo. Entre um terço e metade das propriedades não estão plenamente regularizadas. Outras vantagens dos Fiagros são o diferimento no recolhimento do imposto, para o momento de venda das cotas ou na liquidação do fundo, e a liberdade do gestor para definir a forma de distribuição de rendimentos. Ainda não houve registro de Fiagro Participações. Essa modalidade permite compor fundos com participações de empresas do agro em suas carteiras. Com isso, o ganho econômico da atividade rural torna-se dividendo para os cotistas. É o private equity do agro. Essa modalidade pode alavancar esse movimentos de grande consolidação e IPOs das empresas do setor no mercado de capitais. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.