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21/Jan/2022

Reajustes salariais não acompanham a inflação

Quase a metade das negociações salariais do setor privado perdeu para a inflação em 2021. Esse foi pior resultado em quatro anos, desde que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) começou, em 2018, a avaliar as negociações inseridas na base de dados do Mediador do Ministério do Trabalho. Se for considerada uma série mais longa, iniciada em 1996 e que leva em conta uma amostra menor, de 800 categorias, o resultado foi o mais fraco desde 2003.

No ano passado, 47,7% das negociações salariais ficaram abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que fechou 2021 com alta de 10,16%. Já 36,6% das negociações empataram, e apenas 15,8% superaram a inflação. O reajuste médio de 16,3 mil negociações concluídas e inseridas até 6 de janeiro na base de dados ficou em 0,86% abaixo da inflação.

Entre 1996 e 2002, a fatia das negociações que perdia para inflação girava em torno de 40%. Em 2003, com a inflação em alta, 58% das negociações ficaram abaixo do INPC. De 2004 em diante, a parcela de negociações com reajustes acima da inflação predominou. Mas, com recessão em 2015, o quadro piorou. Desde 2018, com o enfraquecimento da atividade agravado pela pandemia e a alta do desemprego, a situação complicou para o trabalhador.

É um cenário delicado que resulta da combinação de inflação alta com grande ociosidade no mercado de trabalho. A grande parcela de reajustes salariais perdendo para inflação pode limitar o consumo e a atividade, com desdobramentos sobre a inadimplência. É menos dinheiro injetado na economia. A prioridade do consumidor brasileiro hoje é comprar itens básicos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.