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17/Jan/2022

Previsão de queda do PIB no 1º trimestre de 2022

O recrudescimento da pandemia de Covid-19, o aumento de casos de gripe e as revisões para baixo nas projeções de safra agrícola levantaram o risco de um início de 2022 com atividade mais fraca. Embora as informações disponíveis para o período sejam escassas, economistas dizem ver chances de um Produto Interno Bruto (PIB) com baixo crescimento (ou negativo) no primeiro trimestre deste ano. Os efeitos da pandemia agora não parecem ser tão duros pelo lado da demanda, porque não há novas medidas relevantes de distanciamento. Mas, há efeitos na oferta: entidades do varejo, associações comerciais e shoppings estão falando em impactos por causa da falta de trabalhadores. Já está sendo considerado como mais provável um PIB negativo no primeiro trimestre. O primeiro trimestre é a leitura matematicamente mais importante do PIB, pelo seu peso na construção do carrego estatístico para o ano. Até 10 de janeiro, o aumento de casos de Covid-19 e influenza já havia levado ao cancelamento de mais de 500 voos no País, com 5% a 10% dos funcionários do setor afastados por terem sido contaminados.

A Associação Brasileira de Turismo de Luxo (BLTA) afirma estar sofrendo com falta de pessoal. Na área de saúde, estimava-se que os hospitais privados tinham 10% das suas equipes afastadas. Ao mesmo tempo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reduziu em 0,3% as estimativas para a safra agrícola do País em 2022. A projeção do órgão ainda indica expansão de 9,4% da safra deste ano, com um resultado recorde para a soja. No entanto, a previsão não leva em consideração os efeitos recentes do excesso de chuvas no sul da Bahia e no Sudeste e da seca na Região Sul. Ainda existe um impulso da agropecuária, mas a diminuição da atividade em alguns segmentos por causa da Covid e da influenza pode se sobrepor a esse efeito e, eventualmente, levar a um PIB negativo no primeiro trimestre. A percepção é de um cenário de PIB "provavelmente negativo" no primeiro trimestre mesmo sem considerar o repique de casos da pandemia, tendo em vista o aperto das condições financeiras no País. O aumento de casos causado pela variante Ômicron adiciona riscos ao cenário.

Olhando o mundo, observa-se que os novos casos estão em média duas vezes acima do pico anterior, mas as hospitalizações estão em cerca de 35%. Se for esse o caso no Brasil e não sobrecarregar o sistema de saúde, muda pouco o cenário. No caso de hospitalizações subirem muito, há o risco de novos fechamentos de estabelecimentos, com impacto maior no PIB. No PIB do primeiro trimestre de 2022, já está sendo considerado um impulso menor da agropecuária. Os principais riscos do repique da pandemia estão no cenário internacional, com a possibilidade de manutenção das rupturas em cadeias de suprimentos. Há risco de um PIB menor no primeiro trimestre se forem intensificadas as medidas de restrição. Sem nada severo, o impacto é marginal. Numericamente, o primeiro trimestre ainda deve ser importante para evitar um desastre maior em 2022, mas o quadro de atividade é fraco, com efeitos da inflação, desemprego elevado e condições financeiras piores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.