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14/Jan/2022

PR: estiagem provoca forte impacto nas lavouras

As perdas verificadas em lavouras no oeste do Paraná por uma comitiva do Ministério da Agricultura atingem, na maioria dos casos, mais de 70% das plantações. Na região oeste, a situação é devastadora. A comitiva foi a campo em propriedades, cooperativas, em Palotina, Marechal Cândido Rondon, Toledo, Cascavel, Medianeira, e realmente toda essa região está com perdas, geralmente acima de 70%. Tem produtor que perdeu tudo, outros que perderam de 70% a 80% da produção estimada.

Algumas propriedades registram de 40 a 50 dias de seca. A situação está complicada também na região noroeste do Paraná, onde se localiza Campo Mourão e Maringá. Quanto mais perto da fronteira de Foz do Iguaçu, maior a perda. No noroeste do Estado, as perdas abrangem de 60% a 65% das lavouras. Há preocupação, ainda, de importantes cadeias produtivas que atuam no Paraná e dependem dos grãos para alimentação animal, como pecuária leiteira e de corte, suinocultura, avicultura, que já manifestam preocupação com mais aumento dos custos de produção, condição vivida em 2021 em razão da quebra da 2ª safra de 2021.

Há poucas regiões no Paraná que quase não tiveram problema, e a situação pode se agravar com a continuidade da seca. Os grãos que têm sido colhidos, principalmente na região oeste, estão com impurezas, problemas de qualidade, pequenos, o que deve trazer uma grande dificuldade para os produtores. A missão técnica formada por integrantes do Ministério e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) começou na segunda-feira (10/01) partindo de Curitiba (PR) e deve percorrer cerca de 2 mil quilômetros e 12 municípios até esta sexta-feira (14/01).

O Ministério da Agricultura já fez reuniões com o Ministério da Economia e o Banco Central sobre a situação das lavouras com perdas no País, bem como instituições financeiras e seguradoras solicitando agilidade nas avaliações dos sinistros em campo. Foi solicitada uma força tarefa para que seguradoras consigam atender os pedidos de avaliação de perdas a tempo, para liberar a área e o produtor poder, por exemplo, plantar o milho 2ª safra de 2022. A pasta vem orientando secretarias de Agricultura dos municípios afetados a decretarem situação de emergência, para que possam, futuramente, ser contemplados por medidas de socorro do governo. O acionamento do seguro rural e do Proagro (programa se seguro para pequenos e médios produtores) está alto.

Em uma cooperativa paranaense, até o dia 2 de janeiro, os produtores tinham acionado cerca de 30% das cerca de 6 mil apólices realizadas. Agora, já passou de 50% dos contratos. Os produtores familiares que tenham tomado recursos do Pronaf têm cobertura de 100% das perdas com o Proagro Mais. Produtores com parcelas de custeio ou investimento vencendo e que não contam com seguro rural ou Proagro podem solicitar prorrogação do pagamento aos agentes financeiros, apresentando laudo técnico com seus custos de produção, volume colhido, receita, perdas e outros dados.

O governo terá de fazer um balanço de qual é a parcela de produtores com perdas que terão cobertura de seguros para seus prejuízos, incluindo os que recorrem ao Proagro e ao seguro rural convencional, em que a cobertura é parcial, além dos produtores que não contrataram seguro nesta safra. Novas reuniões do Ministério da Agricultura, envolvendo os governos estaduais, deverão ser realizadas após a conclusão da missão, para definir o que poderá ser feito em âmbito federal. É uma situação complexa, envolverá conversas com outros ministérios, porque afetará a economia no interior do País. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.