ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Jan/2022

Brasil: 3ª colocação no ranking global de inflação

A inflação brasileira em 2021, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ser a terceira mais alta entre as principais economias do mundo, ficando apenas atrás da Argentina e da Turquia. O IPCA ficou em dois dígitos em 2021, com alta de 10,06%, o maior aumento desde 2015 (10,67%), e superou em muito o teto da meta de inflação (5,25%), o centro era de 3,75%. O desvio em relação à banda superior do objetivo a ser perseguido pelo Banco Central foi o maior em quase 20 anos, uma vez que, em 2002, o "estouro" foi de mais de 7%. Alguns países ainda não divulgaram o dado de dezembro e o fechado de 2021. Para esses países, o levantamento considerou a taxa em 12 meses até novembro do ano passado.

É o caso da Argentina, onde a inflação ao consumidor acumulava 51,2% em 12 meses até novembro. Na Turquia, o índice saltou 36,08% de janeiro a dezembro, um recorde em 20 anos, em meio à intervenção do presidente no Banco Central do país, com pressão para reduzir juros. O índice chinês acumulou 1,50% no ano passado. A economia norte-americana teve a maior alta de preços desde junho de 1982 (7%), também ultrapassando a meta de 2,0%. Há o caráter global da alta de preços, com o aumento de commodities (produtos básicos como alimentos, petróleo e minério) e o choque de custos no atacado, em parte explicado pelos problemas na cadeia de suprimentos, espalhando-se para o varejo. Mas, os sinais de problema vieram antes no Brasil.

Enquanto os preços no atacado começaram a subir no mundo em 2021, no País, o salto já era claro no segundo semestre de 2020, turbinado pela alta atípica de dólar e commodities. Para o Bradesco, a inflação ao consumidor deve perder força no mundo, mas continuará acima do ritmo de alta dos preços de antes da pandemia, mantendo assim sob pressão os bancos centrais de países emergentes. Ao apresentar previsão de uma queda de 5,06% para 2,77% na inflação de 2022 contra 2021 em 74 países (excluindo Venezuela e Argentina do grupo), o Bradesco atribui o alívio ao fato de os preços já terem subido demais e à tendência de maior equilíbrio entre demanda, pressionada pelo aumento dos juros, e oferta, que tende a melhorar com a redução dos gargalos de produção.

A inflação fechou 2021 em alta em quase todo o mundo. Nos Estados Unidos, chegou a 7%, a mais alta em quase 40 anos. Na Zona do Euro, a 5%. E esse resultado nos países ricos não é uma boa notícia para o Brasil e os demais emergentes. Isso porque o remédio tradicional para se combater a inflação é o aumento dos juros. E, se os juros se tornam mais atrativos em países considerados seguros para o investidor colocar seu dinheiro, a tendência é fugir de países considerados mais problemáticos para os investimentos, como o Brasil. No caso brasileiro, o cenário é ainda mais complicado em 2022 por conta da eleição, que deve deixar o cenário econômico mais turbulento. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.