13/Jan/2022

De acordo com dados apresentados nesta quarta-feira (12/01) pela International Finance Corporation (IFC), com base em informações do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), durante o seminário "Agricultura Inteligente para o Clima", promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a IFC, o setor agrícola global precisaria de aproximadamente US$ 120 bilhões por ano em investimentos em adaptação e mitigação ao clima, dez vezes mais do que os cerca de US$ 10 bilhões investidos no setor na safra 2019/2020.

Os US$ 10 bilhões destinados ao setor representaram no mundo apenas 2% de todos os investimentos em adaptação e mitigação ao clima, que somaram US$ 628 bilhões em 2019/2020. Os sistemas alimentares são responsáveis por um terço das emissões globais de gases de efeito estufa, ou cerca de 18 bilhões de toneladas de CO² por ano, mas também são extremamente vulneráveis aos impactos climáticos. Foi ressaltada a perspectiva de perdas de produtividade decorrentes de mudanças climáticas e a pressão por aumento de produção.

A IFC estabeleceu áreas e práticas prioritárias para investir, dentro do conceito de Agricultura Inteligente para o Clima (AIC), que prevê aumento de produtividade, resiliência aprimorada, e redução de emissões por unidade de alimento produzido, evitando o desmatamento. Dentro da área de "proteína animal" estão, entre outras medidas, melhoria da saúde animal e gestão de resíduos; em "terra e plantações", irrigação eficiente, plantio direto e uso adequado de fertilizantes; em "redução de perdas", investimentos em sistemas de armazenagem; e na área de "uso de energias renováveis e equipamentos inteligentes" estão a adoção de tratores eficientes, biodigestores e outras ações.

Para considerar um investimento no agronegócio como AIC, o projeto atender, ainda, requisitos como aumentar a produtividade em 20% sem elevar emissões, reduzir perdas após a colheita em ao menos 20% ou diminuir emissões em no mínimo 20% por unidade de produto. No Brasil, a IFC já comprometeu US$ 1,4 bilhão para o setor desde 2015, dos quais mais de 60% por meio de instituições financeiras. Os recursos foram destinados, entre outros fins, para produção e uso de combustíveis sustentáveis, emissão de títulos verdes e restauração de terras degradadas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.