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12/Jan/2022

Dólar recua com apetite por risco e fala de Powell

Uma recuperação mais acentuada do apetite por ativos de risco ao longo desta terça-feira (11/01), na esteira de declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, e do leilão bem-sucedido de títulos do Tesouro norte-americano, abriu espaço para uma queda expressiva do dólar. Já em baixa pela manhã, mas ainda acima da linha de R$ 5,60, a moeda renovou sucessivas mínimas na segunda etapa de negócios, em sintonia com o ambiente externo, marcado por enfraquecimento da moeda norte-americana, recuo das taxas dos Treasuries mais longos e alta das commodities. Com as bolsas em Nova York se firmando em terreno positivo e o Ibovespa batendo novas máximas, na casa dos 103 mil pontos, o dólar desceu até a mínima de R$ 5,56 (-1,86%). No fim da sessão, recuou 1,67%, para R$ 5,57, o menor valor desde 30 de dezembro, último pregão de 2021. Com o tombo desta terça-feira (11/01), o dólar praticamente zerou a alta acumulada no ano, que passou a ser de apenas 0,07%.

O dólar futuro para fevereiro fechou a R$ 5,59, em queda de 1,70%, com giro de US$ 12,49 bilhões. Em audiência no Senado norte-americano, Jerome Powell afirmou que a economia norte-americana não precisa mais de uma política monetária altamente acomodatícia e que este é o momento ideal para redução de estímulos. Apesar da perspectiva de alta de juros nos próximos meses para conter a inflação, o dirigente afirmou que os Estados Unidos estão, e provavelmente permanecerão, em "uma era de juros extremamente baixos". Em relação à parte mais dura e surpreendente da ata divulgada na semana passada (a menção ao objetivo de reduzir do balanço patrimonial da instituição), ele disse que ainda não há uma decisão. Pode demorar de três a quatro encontros para decidir sobre balanço patrimonial, afirmou Powell, ressaltando, porém, que essa redução será em ritmo mais rápido do que durante o último ciclo semelhante, no período subsequente à crise financeira de 2008. Na avaliação da JF Trust, embora tenha mantido o tom duro da última ata do Fed, Powell não chancelou apostas mais agressivas em torno da política monetária, de cinco a seis altas de juros em 2022.

Depois da ata e da queda da taxa de desemprego, o mercado ficou mais pessimista e puxou a aposta em alta de juros e corrigiu nesta terça-feira (11/01). É considerado plausível o cenário de três elevações da taxa básica de juros nos Estados Unidos no ano que vem, com a primeira já em março. A fala de Powell mostra que a intensidade e o tamanho do ajuste em termos de juros e liquidez ainda não estão definidos pelo Fed. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes) passou a trabalhar em queda firme e registrou mínimas na casa de 95,500 pontos. A moeda norte-americana também caiu em relação à maioria das divisas de países emergentes e de exportadores de commodities. O Banco Ourinvest atribui a apreciação do Real nesta terça-feira (11/01) a dois fatores: a queda das taxas dos Treasuries, que tirou pressão sobre as divisas emergentes, e a perspectiva de mais aumentos da taxa Selic, na esteira do IPCA de dezembro. Após subir 0,95% em novembro, o índice oficial de inflação desacelerou para 0,73% em dezembro.

A taxa de inflação acumulada em 2021 foi de 10,06%, patamar bem superior ao centro da meta, de 3,75%. O Ourinvest pondera, contudo, que não é possível vislumbrar uma calmaria no mercado de câmbio doméstico. O Fed segue com discurso duro sobre a inflação, sugerindo que esse movimento da taxa longa norte-americana é momentâneo. No Brasil, mesmo que o Banco Central aumente os juros para 12%, ainda haverá motivos locais de pressão e volatilidade no câmbio, como as eleições. Operadores também ressaltam que, a despeito do ambiente desafiador para emergentes, há apetite por captações de empresas brasileiras no exterior. O Bradesco fechou, na segunda-feira (10/01), captação de US$ 500 milhões para financiar projetos ambientais e sociais, mas a demanda foi bem superior, de US$ 1,5 bilhão. A Açu Petróleo, parceria da Prumo Logística com a alemã Oiltanking, fechou sua primeira emissão externa nesta terça-feira (11/01). A empresa captou US$ 600 milhões em papéis de 10 anos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.