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11/Jan/2022

Dólar sobe com previsão de alta nos juros dos EUA

O dólar inicia a semana em alta no mercado doméstico de câmbio, em dia marcado por fortalecimento global da moeda norte-americana e avanço dos rendimentos dos Treasuries. Em meio a indicadores positivos da economia dos Estados Unidos, investidores incorporam aos preços dos ativos a perspectiva de uma postura mais dura por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), com alta de juros ainda no primeiro trimestre, enquanto aguardam discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, nesta terça-feira (11/01) e divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos em dezembro na quarta-feira (12/01). Depois de esboçar uma alta até a linha de R$ 5,70 entre o fim da manhã e o início da tarde, ao correr até a máxima de R$ 5,69, o dólar à vista desacelerou ao longo da segunda etapa de negócios encerrou a sessão desta segunda-feira (10/01) a R$ 5,67, avanço de 0,76%.

Em janeiro, a moeda acumula valorização de 1,76%. Na B3, o contrato de dólar futuro para fevereiro fechou a R$ 5,69, em alta de 0,44%, com giro reduzido, de US$ 8,2 bilhões. O índice DXY, que mede a variação do dólar frente a seis divisas fortes, operou em alta ao longo desta segunda-feira (10/01), superando, nas máximas, a linha dos 96 mil pontos. A moeda norte-americana também avançou em bloco na comparação com divisas emergentes, à exceção da lira turca e do rublo, que haviam apanhado muito na semana passada e passam por uma recuperação técnica. Além do ambiente externo desfavorável a divisas emergentes, também pesa sobre o Real o desconforto com a questão fiscal. As mesas de operação monitoraram o vaivém de declarações em torno da possibilidade de o governo voltar atrás na intenção de reajustar salário de servidores federais da área de segurança, após protestos de demais categorias do funcionalismo.

O ministro Paulo Guedes (Economia), de volta do recesso de fim de ano, teria alertado o presidente Jair Bolsonaro de que um reajuste às forças policiais (com base em R$ 1,7 bilhão reservado no Orçamento de 2022) seria "explosivo". Para evitar a pressão do restante do funcionalismo, o melhor seria não conceder nenhum aumento. Policiais federais e líderes de associações que representam a categoria afirmaram que um possível recuo de Bolsonaro pode fazer policiais irem às ruas criticar uma "falta de compromisso" do presidente para com o órgão. Na avaliação da Venice, embora existam motivos locais para justificar uma taxa de câmbio mais depreciada, a alta do dólar desta segunda-feira (10/01) está mais ligada ao ambiente externo. Com essa expectativa de trajetória de alta de juros nos Estados Unidos e dados macroeconômicos robustos, a tendência é de valorização do dólar em todo o mundo.

Parte da pressão adicional sobre a taxa de câmbio veio após o banco Goldman Sachs aumentar sua previsão quanto ao número de elevações da taxa de juros nos Estados Unidos neste ano. Isso pesou muito sobre o dólar e levou a taxa dos Treasuries de 10 anos e buscar 1,80% pela manhã. Em relatório, o Goldman Sachs, que já previa três elevações da taxa básica americana (em março, junho e setembro), passou agora a projetar uma alta adicional, em dezembro. O banco chama a atenção para o fato de a última ata do Fed, divulgada na semana passada, ter revelado a discussão sobre a normalização do balanço patrimonial, o que transmitiu um maior senso de urgência do que o esperado. Na semana passada, o Citi havia elevado suas estimativas de alta de juros pelo Fed de três para quatro, com a primeira em março.

É possível ver uma alta dos Treasuries e valorização do dólar frente a seus pares. E um mundo assim é pior para os mercados emergentes, o que penaliza o Brasil. Para a Davos Investimentos, os ativos estão sendo direcionados pelo que está acontecendo no exterior, até porque não há grandes novidades internas. Segundo a RB Investimentos, tem uma mudança de precificação dos ativos no mundo. A chance de alta de juros nos Estados Unidos em março está aumentando. Era de 50% na semana passada e agora está perto de 80%. A taxa da Treasury de 10 anos está em um dos maiores patamares desde o segundo trimestre do ano passado. Isso tem um reflexo muito grande nas principais moedas. Como programado, o Banco Central promoveu nesta segunda-feira (10/01) leilão de rolagem de contratos de swap cambial que vencem em março, com a venda da oferta integral de 17 mil contratos (US$ 850 milhões) em dois vencimentos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.