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10/Jan/2022

Combustíveis devem pressionar menos a inflação

Os preços dos combustíveis no Brasil devem continuar pressionados em 2022, ainda que em patamares inferiores ao visto no ano passado. Além da pressão da alta do barril do petróleo no mercado internacional, a gasolina pode ser influenciada pelo câmbio, que tende a ter certa volatilidade em um ano de eleições. Os países exportadores de petróleo, juntamente com os seus aliados, confirmaram o plano de elevação de oferta da commodity se balizando no risco da nova onda de Covid-19 reduzir a demanda. O resultado será preços pressionados para cima por mais algum tempo. A Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) informou que irá manter seu plano de elevar a oferta da commodity em 400 mil barris por dia em fevereiro. A OPEP afirma que o mecanismo de compensação será estendido até junho. O preço do petróleo ficou muito volátil nos últimos meses com o aumento dos casos da variante Ômicron da Covid-19 e a tendência daqui pra frente é de alta.

Há um processo forte de recuperação econômica e, também, uma oferta mais limitada do petróleo, o que significa preço mais elevado. Na Petrobras, especificamente, a política de preços deve ser levada em consideração. O País está entrando em um ano eleitoral e já existe uma agenda um pouco populista do governo em alguns setores. Os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras junto às refinarias começaram a baixar nas últimas semanas, mas essa direção pode não ser mantida. O risco de intervenção na Petrobras ainda é muito presente para 2022 dentro do governo e na política de preços da estatal. Além disso, há também uma questão mais estrutural da produção. Com a onda ESG e a migração dos investimentos para outros tipos de energia, a oferta pode ser menor no futuro, pressionando um pouco mais os preços do petróleo daqui para a frente.

Entre os pontos que podem favorecer a alta no preço do petróleo está também a expectativa de continuidade da recuperação da atividade econômica mundial, ainda que com alguma limitação por conta da retirada de estímulos em alguns países que já anunciaram, inclusive, aumento das taxas de juros. Ao divulgar o seu Plano de Negócios para 2022 até 2026, em novembro, a Petrobras informou que considera um petróleo Brent médio de US$ 72 por barril neste ano, uma forte elevação ante os US$ 45 o barril previsto no plano anterior para 2022. O preço do barril de petróleo pode ficar entre US$ 75 e US$ 80 em 2022. O preço da gasolina e do etanol dispararam em 2021. Dezembro de 2021 fechou com a gasolina custando, em média, R$ 6,890 nos postos de abastecimento, alta de 46,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando custava R$ 4,696. Já o etanol, com valor médio atual de R$ 5,779 em dezembro de 2021, registrou acréscimo de 56,5% em relação a dezembro de 2020. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.