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09/Dez/2021

Dólar tem recuo com o alívio sobre Ômicron e PEC

O dólar emendou o segundo dia de queda firme na sessão desta quarta-feira (08/12), não apenas rompendo a linha dos R$ 5,60 como fechando abaixo do patamar de R$ 5,55 pela primeira vez desde 17 de novembro, quando encerrou o pregão a R$ 5,52. O principal indutor para a apreciação do Real veio do exterior, em dia marcado por enfraquecimento do dólar tanto em relação a divisas fortes quanto emergentes, na esteira da redução dos temores relacionados aos impactos da variante Ômicron sobre a economia global, após a farmacêutica Pfizer informar que três doses de sua vacina são eficazes contra a nova cepa. Além disso, ainda ecoam no mercado dados positivos da balança comercial da China divulgados na terça-feira (07/12), que diminuíram os receios de desaceleração da atividade mundial e deram fôlego às commodities. Ao apetite ao risco no exterior somou-se a percepção de menor risco fiscal, na esteira da expectativa pela promulgação, mesmo que parcial, da PEC dos Precatórios, após acordo costurado entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Embora esperado e em boa medida já incorporado à taxa de câmbio, o anúncio de alta da taxa Selic em 1,50%, para 9,25%, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) contribuiu para dar fôlego ao Real. Afora uma pequena alta pela manhã, quando registrou a máxima do dia, a R$ 5,63 (0,32%), o dólar operou em terreno negativo durante todo o pregão, rompendo momentaneamente a linha de R$ 5,52 no início da tarde, quando registrou mínima a R$ 5,52 (-1,63%). No fim da sessão, o dólar fechou a R$ 5,53, em baixa de 1,49%. Com isso, a moeda norte-americana já acumula queda de 2,55% na semana, mais do que devolvendo a alta de 1,50% na semana passada, quando chegou a flertar com os R$ 5,70. Existe um apetite ao risco no exterior que está beneficiando todas as moedas emergentes. Segundo o Banco Ourinvest, a percepção é de que a Ômicron, embora tenha contágio rápido, não é tão letal e que as vacinas são capazes de contê-la. Internamente, o mercado também se anima com a proximidade do "fim da novela" da PEC dos precatórios. A taxa de câmbio se ajusta a esse clima de otimismo no mercado, mas continua longe de estar em patamares bons.

Para a corretora Correparti, o alívio na taxa de câmbio deve ter vida curta. O mercado pode voltar a se estressar na próxima semana por conta de dois eventos: a votação, no plenário da Câmara dos Deputados, da parte da PEC dos Precatórios alterada pelo Senado e a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), com provável anúncio de aceleração da redução de estímulos. A verdade é que a questão da PEC ainda não foi resolvida. É preciso ver como vai ser a votação na Câmara. O dólar pode recuperar o patamar de R$ 5,60 na semana que vem. Há uma forte demanda represada de importadores por divisas, já que empresas estrangeiras estão exigindo pagamento antecipado para assinar contratos. Com o dólar acima de R$ 5,65, os importadores ficaram de fora. Agora, vão voltar ao mercado. O dólar não deve cair mais e sustentar abaixo de R$ 5,50.

Dados do Banco Central mostraram que o fluxo cambial foi negativo em US$ 3,398 bilhões em novembro, por conta da saída de US$ 7,174 bilhões via comércio exterior. Já o canal financeiro apresentou entrada líquida de US$ 3,776 bilhões no período. No ano, até 3 de dezembro, o fluxo cambial total é positivo em US$ 14,324 bilhões. O Banco Central também informou que a posição vendida dos bancos em câmbio à vista subiu de US$ 10,486 bilhões no fim de outubro para US$ 14,956 bilhões, o que sinaliza que houve aumento de remessas ao exterior no mês passado. Entre os indicadores, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que as vendas no varejo caíram 0,1% em outubro ante setembro (na série com ajuste sazonal), abaixo da mediana de Projeções Broadcast (+0,6%). A Veedha Investimentos observa que, diante de sinais reiterados de fraqueza da economia, caíram por terra as apostas em um aperto monetário mais intenso e prolongado, a despeito da piora das expectativas de inflação. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.