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09/Dez/2021

Agronegócio exportou para 190 países em 2021

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio brasileiro exportou para mais de 190 países neste ano e novamente o destaque foi a soja, que representou acima de 33% das exportações do setor. Até novembro, o agro exportou US$ 110,7 bilhões, o que significa que a cada US$ 10,00 em vendas do País ao exterior, US$ 4,00 foram em produtos do agronegócio. Depois da soja, a carne bovina in natura representou 6,64% dos embarques, açúcar bruto, 6,61% e farelo de soja, 6,03%. Considerando os embarques de janeiro a novembro, a receita aumentou 18,4% em comparação a 2020. Em volume, contudo, houve uma queda de 6,5% em relação ao ano passado.

Essa retração não reflete uma menor demanda por produtos agropecuários brasileiros, mas uma limitação na oferta, e restrições impostas por países importadores. O que faltou foram produtos. Além disso, muitos países fecharam seus mercados. A demanda por alimentos continua forte, a FAO publicou um relatório apontando que a demanda deve continuar firme no ano que vem. O cenário para as exportações em 2022 segue positivo, em termos de demanda internacional. A entidade tem expectativa de que a China reabra seu mercado para a carne bovina brasileira, bem como uma abertura do mercado na Indonésia, o que deve contribuir para impulsionar a demanda. A carne bovina brasileira deve ser liberada para importação na China porque não há nenhuma questão sanitária, os produtores e a indústria seguem todos os protocolos. A previsão é de que a demanda por produtos agropecuários vai aumentar bastante.

Neste ano, os cinco maiores destinos das exportações brasileiras foram China, com US$ 38,9 bilhões em receita, União Europeia, com US$ 16,4 bilhões, Estados Unidos, com US$ 8,1 bilhões, Tailândia, com US$ 2,4 bilhões, e Japão, com US$ 2,3 bilhões. Juntos, os cinco destinos foram responsáveis por 62% das exportações do setor. A Tailândia foi o 4º destino das exportações do agro neste ano. Houve aumento importante nas exportações para a Ásia (+US$ 8,3 bilhões), com vendas maiores para o Sudeste Asiático e China; Américas (mais US$ 4,1 bilhões), especialmente para Estados Unidos, Chile e México; Oriente Médio (US$ 1,1 bilhão), relacionado principalmente a compras de soja e açúcar pelo Irã; e África (+US$ 556,1 milhões), puxado por exportações de açúcar para a Argélia. O Brasil precisa fechar mais acordos internacionais e negociar tanto redução de tarifas como de barreiras não-tarifárias. Os acordos têm impacto direto nas exportações.

A ampliação do acordo comercial com o Chile, por exemplo, resultou em um forte aumento nas exportações do agro para o país, de carnes inclusive. Em 2021, o Brasil abriu mercado para 69 produtos agropecuários em 30 países. Não somente o governo brasileiro, mas também o setor privado precisa aumentar seu relacionamento comercial com a China. O Brasil ainda é um desconhecido para a China e vice-versa. Para elevar a exportação, o Brasil precisa se inserir mais no mercado internacional, aumentando suas importações. O País participa pouco do comércio internacional (apenas 1%). Problemas comerciais, como o recente embargo da China à carne brasileira, são considerados normais e tendem a aumentar com a maior inserção do País no cenário global. Quanto maior a participação brasileira, mais problemas irão ocorrer e mais capacidade o País terá para resolver esses problemas. A diversificação da pauta de exportações do agronegócio também continuará recebendo atenção em 2022.

O foco é nos mercados dos Estados Unidos e Europa, porque com eles é possível ter uma pauta mais diversificada. As vendas de mel para os Estados Unidos aumentaram 73% neste ano, as de pimenta do reino para a União Europeia, 77%, de feijão para a Índia, 186%, e de leite em pó para a Argélia, 538%. Há expectativa também de aumentar as exportações de mel, frutas, castanhas e outros produtos para a Tailândia, Malásia, Indonésia e Vietnã, a partir do recém-aberto escritório da CNA na Tailândia. A pauta ambiental deve influenciar as negociações externas no ano que vem, mas a entidade está segura de que a agricultura brasileira está na vanguarda em práticas de sustentabilidade. Porém, falta diálogo e observar se os discursos de alguns países não são uma barreira comercial disfarçada. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.