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09/Dez/2021

Custos em alta desacelerarão PIB do Agronegócio

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), apesar da expectativa de safra recorde na safra 2021/2022, com 289 milhões de toneladas (14% mais ante 2020/2021), o custo de produção deve pesar no bolso do produtor neste ciclo. Em 2021, o produtor já conviveu com o aumento de mais de 100% nos custos com fertilizantes e defensivos para culturas como soja e milho. A tendência para o próximo ano é de que este quadro se mantenha. Tal situação deve achatar a margem de lucro do produtor rural de maneira geral. Assim, o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária para 2022 deve crescer em ritmo menor, entre 3% e 5% em relação a 2021. Em 2021, o PIB agro deve fechar o ano com 9,37% de expansão ante 2020.

Para o Valor Bruto da Produção (VBP), que mede o faturamento da atividade "da porteira para dentro" na agricultura e na pecuária, a expectativa da CNA é de que a alta no rendimento se dê em menor ritmo no ano que vem. O VBP deve ser de R$ 1,25 trilhão em 2022, crescimento de 4,2% em relação a 2021. Culturas como café, milho e trigo devem ter produções maiores e cana-de-açúcar, café e algodão devem ter alta de preços. Por outro lado, soja, carne bovina e arroz devem sofrer quedas no VBP no próximo ano. Pontos de atenção para 2022, além do desempenho da economia do País, são a questão da logística e o abastecimento de insumos, já que boa parte da matéria-prima é importada, o que afeta os custos de produção.

Sob este aspecto, já tem ocorrido falta de chuva em algumas regiões produtoras do Sul do País, reflexo de La Niña, o que põe em risco a produtividade da safra de verão (1ª safra 2021/2022), sobretudo do milho. Em relação ao mercado externo, alguns fatores internacionais devem ser monitorados em 2022, como o comportamento da Covid-19, os gargalos do transporte marítimo, a oferta global de insumos, a pauta ambiental e o comércio internacional. A entidade também prevê que a China deve se manter como o principal parceiro comercial do Brasil para os produtos do agronegócio. Além disso, as exportações agropecuárias em 2021 bateram recorde no acumulado de 2021 de janeiro a novembro, atingindo o valor de US$ 110,7 bilhões, superando o recorde anterior, que era referente a todo o ano de 2018 (US$ 101,2 bilhões). Na comparação com igual período de 2020, o crescimento foi de 18,4%.

Os principais produtos do agronegócio brasileiro exportados foram soja em grãos, carne bovina in natura, açúcar de cana-de-açúcar em bruto, farelo de soja e carne de frango in natura. Os principais destinos foram China, União Europeia, Estados Unidos, Tailândia e Japão. Juntos, esses cinco mercados responderam por 62% dos consumidores que adquiriram os itens brasileiros. O país onde foi registrada a maior expansão das vendas externas em 2021 foi o Irã (71,3%), com receita de US$ 734 milhões. A CNA pretende abrir um terceiro escritório no exterior, no caso em Dubai. Atualmente, há escritórios em Xangai e Singapura, e retomar o programa AgroBrazil, que leva representações estrangeiras para conhecer as principais regiões produtoras no Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.