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08/Dez/2021

Brasil precisa trabalhar nas relações com a China

Segundo o embaixador do Brasil na China, Paulo Estivallet, a concentração do destino das exportações brasileiras na China é uma preocupação, mas a relação comercial entre o Brasil e o gigante asiático deve ser trabalhada numa perspectiva de interdependência benéfica. Após três anos no cargo, o diplomata está de partida da China, para assumir a Embaixada do Brasil na Colômbia. Segundo o diplomata, os dados mostram a dependência da demanda chinesa para os exportadores brasileiros. As vendas para a China são três vezes maiores do que as vendas para os Estados Unidos ou para a União Europeia (UE). Cerca de um terço das exportações agrícolas do Brasil tem como destino a China.

Por outro lado, a China também tem certa dependência do Brasil. Pelo menos no fornecimento de alimentos. Mais de 20% das importações agrícolas da China vêm do Brasil. É preciso trabalhar essa relação, tendo consciência de que é uma interdependência benéfica. Ao traçar as perspectivas para a demanda chinesa e para a relação bilateral com o Brasil, ele procurou afastar cenários mais pessimistas. Não haverá “hard landing”, ou seja, uma desaceleração abrupta do crescimento econômico da China, à medida que o gigante asiático muda o motor de sua economia dos investimentos em infraestrutura e das exportações industriais para o consumo doméstico. Nem uma crise financeira do tipo comum no Ocidente. Será um longo ‘soft landing’.

Como tudo na China, o governo tentará administrar, para tentar suavizar os impactos mais fortes. Nessa estratégia de administração da economia pelo governo, é preciso levar a sério os anúncios feitos recentemente pelas autoridades chinesas. Aumentaram muito as referências, nas declarações das autoridades chineses, ao conceito de “dual economy”, ou “dual circulation”, como o governo chinês se refere à mudança na estratégia de crescimento econômico. Além disso, o foco na “descarbonização” da economia, com preocupação ambiental, é real. São políticas que serão executadas de forma gradual, mas os compromissos de longo prazo serão cumpridos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.