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07/Dez/2021

Brasil precisará diversificar as exportações Halal

Segundo o Ministério da Agricultura, embora as exportações agrícolas brasileiras de produtos Halal tenham avançado fortemente nas últimas décadas, a situação ainda não é totalmente confortável. Ainda há uma preocupação persistente com a pauta exportadora. Cinco países representam metade do que o Brasil exporta à Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), que tem 57 nações. Além disso, existe uma concentração de produtos. Quatro produtos (açúcar bruto, milho, soja em grãos e carne de frango) representam 65% do que o Brasil exporta para esses países. O share do Brasil nas importações de produtos agrícolas desses países é de 7,9%. Como referência, na China, que é o principal mercado, o share brasileiro é de 21%. Então, há amplo espaço para crescer. O Ministério de Relações Exteriores afirmou que a abertura de mercados para produtos agrícolas, algo que o governo brasileiro tem conseguido fazer, é apenas um primeiro passo.

É preciso traduzir isso em fluxo de comércio, o que exige a promoção do agronegócio. A promoção deve ser feita tanto no sentido tradicional, de participação em feiras comerciais, como em termos de imagem e articulação política. O principal instrumento de trabalho do Brasil é o setor comercial das embaixadas, especializados em comércio, situados em 120 das principais capitais do mundo. Uma vantagem que o Brasil terá nessas negociações é que o País já se mostrou um parceiro confiável e que cumpre contratos, o que amplia as perspectivas. Para se aproveitar dessa vantagem, seria bom que o Brasil tivesse uma marca Halal que possa ser facilmente identificada por países islâmicos como um certificado de qualidade, que mostra que o produto brasileiro é confiável e atende aos requisitos religiosos do Halal e à segurança do alimento. Isso seria importante para aumentar a participação em mercados como Indonésia e Malásia, onde a atuação hoje está abaixo do potencial de nossas relações bilaterais.

Parte central da estratégia de exportação brasileira é agregar valor às exportações agrícolas, mas isso não é fácil. Há escalas tarifárias que aumentam para produtos de valor agregado, o café talvez seja o produto mais claro. As tarifas para café solúvel por vezes são impeditivas. Mas, em outras cadeias, como a carne de frango, há mais espaço para processamento. Para ampliar as vendas desse tipo de produto é preciso se preocupar com fatores como embalagem, rotulagem, posicionamento de produto, entrada em redes de distribuição e divulgação. É diferente de exportar soja em grão, por exemplo, que é uma operação feita por tradings. Para conseguir criar inteligência nos mercados internacionais, é necessário estar presente lá. É preciso ter capacidade especializada para o produto de maior valor agregado poder ser comercializado de maneira que chegue às prateleiras e às despensas do consumidor final. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.