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06/Dez/2021

Crise hídrica prejudica o agronegócio e indústria

Se a retomada do consumo de serviços impulsionou o setor no terceiro trimestre, choques de oferta na agropecuária e na indústria foram decisivos para o desempenho negativo do Produto Interno Bruto (PIB) como um todo. A seca histórica que atingiu o País no inverno leva boa parte da culpa. Por causa da estiagem, a agropecuária registrou queda de 8% sobre o segundo trimestre, pior resultado nessa base de comparação desde o primeiro trimestre de 2012, quando a queda foi de 19,6%. Além da seca, que golpeou em cheio a 2ª safra de milho de 2021, o inverno foi marcado por geadas que atingiram as plantações de café e os canaviais. O terceiro trimestre lembrou que a atividade agropecuária é inerente aos efeitos do clima. O terceiro trimestre, normalmente, é mais fraco para a agropecuária. Isso ocorre porque a principal cultura do País, a soja, é colhida, principalmente, no primeiro trimestre, gerando impactos econômicos concentrados na primeira metade do ano.

Tanto que o desempenho no ano como um todo deverá apresentar crescimento, porque a soja passou mais ou menos ilesa pela estiagem. O tombo na atividade agrícola no terceiro trimestre foi resultado da combinação da saída dos efeitos econômicos da safra de soja com o fato de praticamente todas as principais culturas típicas do período terem sido atingidas pelo clima. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o mau desempenho da agropecuária foi influenciado por perdas de café, algodão, milho e cana-de-açúcar, e na pecuária, especialmente na criação de bovinos. Normalmente, para o setor agropecuário, todo o terceiro trimestre de cada ano é, em média, pior do que o segundo, em virtude da sazonalidade do setor.

Neste ano, este resultado negativo foi agravado pelos efeitos climáticos muito severos. Para 2022, as perspectivas são melhores, porque as chuvas começaram no momento certo, em outubro, e têm vindo em volume positivo em relação às médias históricas. Por outro lado, escassez e encarecimento de insumos, agravados pelas elevadas cotações do dólar, que abalam a indústria desde o início da pandemia, poderão atrapalhar também a safra de 2021/2022. A crise hídrica também atrapalhou a indústria. O PIB industrial teve variação nula no terceiro trimestre ante o segundo, puxado para baixo pela atividade de produção e distribuição de eletricidade, gás e água, que recuou 1,1%. Isso porque a geração de eletricidade encareceu. A crise de energia ajudou a puxar o PIB brasileiro para baixo nos últimos dois trimestres. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.