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03/Dez/2021

Agronegócio teve bom desempenho na pandemia

Segundo o Insper Agro Global, o agronegócio brasileiro se saiu bem na pandemia, já que a demanda global por alimentos nunca esteve tão grande. O agronegócio continuou produzindo, apesar de impactos em alguns setores, como algodão e etanol, no início da pandemia de Covid-19. Em relação à demanda internacional por commodities agropecuárias brasileiras, estudo do Insper que calcula faturamento de US$ 118 bilhões este ano com exportações do agronegócio. No ano passado, o faturamento foi de US$ 101 bilhões, cifra que já havia sido a segunda melhor da história; este ano será recorde. A demanda vem principalmente do Oriente e particularmente da China. Além da Covid-19, o gigante asiático viveu a peste suína africana (PSA), que exigiu a importação de muita carne do Brasil.

A peste suína africana na China, que dizimou pelo menos metade do plantel de suínos da China, fez também com que o sistema de criação deixasse de ser de "fundo de quintal" e passasse a ser de granjas mais tecnificadas e intensivas. Isso fará com que a China compre mais soja: neste ano, deve importar pelo menos 100 milhões de toneladas e, além disso, os chineses serão importadores regulares de milho. Além da demanda asiática, o câmbio valorizado e estoques mundiais baixos também ajudaram. Isso significa preços mais altos de commodities agrícolas. A logística no Brasil está funcionando melhor do que no passado. Agora, há possibilidade de transportes intermodais, como a Ferrovia Norte-Sul, que deve estar 100% operacional este ano, além de novas extensões de ferrovias, como a de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, e os portos do Arco Norte. Os problemas que podem afetar o agronegócio são a inflação em alta no Brasil e o fato de os preços dos insumos agrícolas estarem subindo bastante, como fertilizantes, que quase dobraram de preço.

O custo de produção aumentou e as margens do produtor caíram, mas os preços aquecidos no campo ainda beneficiam o setor produtivo. Para a McKinsey, a agricultura não foi só extremamente resiliente na pandemia, mas também muito inovadora. O perfil do produtor do agronegócio brasileiro é de extrema vanguarda, com aumento da digitalização. Há mais produtores pensando em soluções inovadoras de sustentabilidade, aumento da integração lavoura pecuária-floresta (ILPF). Também há novas soluções de logística e até transportadoras digitais. Além da característica intrínseca da inovação, o agricultor brasileiro é tipicamente maior que o norte-americano e europeu. Isso mostra que a geração nova que assumiu a gestão do agronegócio é muito inovadora para pensar em soluções novas, produtos novos.

Há uma tendência global de grande consumo de proteínas, à medida que países asiáticos se desenvolvem, aumentam a renda per capita e mudam padrão de consumo e, neste cenário, a produção brasileira ganha destaque. O Brasil continua sendo um dos países com mais competitividade na produção de proteína nas diferentes formas. O momento atual é de ciclo da proteína. O Brasil é exportador natural para demanda mundial, ao mesmo tempo em que há preocupação com novos produtos e de formas diferentes, como, por exemplo, o crescimento recente das proteínas à base de vegetais. Estas inovações no setor de proteínas cresceram, inclusive, por meio de frigoríficos que estavam com dificuldade de produzir as carnes convencionais. O agronegócio brasileiro inovou e está inovando em velocidade muito alta por causa da pandemia e continuará fazendo isso nos próximos meses. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.