ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

03/Dez/2021

Pandemia trouxe o protecionismo de volta à cena

Segundo o Insper Agro Global, a pandemia de Covid-19, que se iniciou em 2020 e perdura até hoje, deu um freio na globalização e trouxe de volta o protecionismo. A globalização ganhou força nos anos 1990, quando a China se inseriu no comércio global, além das economias emergentes da Ásia. É importante lembrar que os países asiáticos 'roubaram' 15% do PIB mundial dos países mais ricos, do antigo G-7. Com a globalização, o mundo ficou mais igual, pois anteriormente havia grande concentração de renda no Ocidente, mas o Oriente ganhou renda e a globalização ganhou força. Naquele período, houve muitos acordos comerciais fechados entre os países e blocos, mas o Brasil não aproveitou a oportunidade. No cenário atual, de pandemia, os países se fecharam. A pandemia assusta e parece não terminar (com novas variantes) e tudo o que está ligado a viagem e turismo sofre bastante.

A oferta e demanda globais também sentem o impacto em diversos segmentos. Hoje, há um grande desequilíbrio de oferta e demanda. Isso aconteceu justamente por causa do protecionismo, em que várias economias limitaram a produção de alguns produtos e depois aceleraram, além de fatores geopolíticos, com países fazendo estoques de alimentos em favor da soberania alimentar. Sob este aspecto, na semana que vem haverá uma reunião na Organização Mundial do Comércio (OMC) e a percepção é que deve resultar em mais pressões protecionistas do que em favor do livre comércio. Antigamente, o que se falava mais na OMC era de busca pelo livre comércio. Hoje, o que se fala é de comércio administrado. A Índia, por exemplo, quer formar estoques estratégicos de produtos para assegurar abastecimento à população. Há também o problema dos fertilizantes, que nada mais é do que geopolítica, problema colocado por Belarus e pela Rússia.

Há também problemas energéticos, com menor oferta de combustível fóssil. Na Conferência do Clima (COP-26), muito se falou em energia renovável, mas nenhum país assumiu compromisso de mudança de matriz energética. Porém, de 70% a 75% das emissões do planeta estão ligadas à energia e transporte, e os países não assumiram compromisso porque os preços da gasolina e do petróleo e carvão praticamente dobraram. Assim, essas crises são claramente de balanço de oferta e demanda e, obviamente, assustam. Diante desse cenário, o mundo ainda vai conviver muito mais tempo com um "comércio administrado". China e Estados Unidos tomam posições de confronto, Reino Unido e Austrália se ligam aos Estados Unidos e a Índia começa a punir a Austrália. Ou seja, é um mundo mais protecionista. De todo modo, está faltando produtos agrícolas no mundo e o Brasil se beneficia disso. O agronegócio deve ter o melhor ano de exportações da história. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.