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03/Dez/2021

PIB da Agropecuária tem alta revisada para 2021

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária deste ano não passará ileso dos efeitos das condições climáticas desfavoráveis. Problemas como seca, geada e chuvas fora de época prejudicaram a produção de culturas como café, milho 2ª safra de 2022 e algodão. Estes fatores climáticos já pesaram sobre o resultado do setor no segundo trimestre do ano e se acentuaram no terceiro trimestre. O clima é o principal efeito discutido quando falamos do PIB deste ano, com uma menor produção ante o ano passado. O 3º trimestre lembrou que a atividade agropecuária é inerente aos efeitos do clima. Essas condições climáticas adversas já estavam incluídas nas perspectivas para o desempenho da agropecuária no acumulado do ano. Contudo, a entidade deve ajustar sua projeção de crescimento de 2% para avanço entre 1,8% e 2% ante 2020, estimativa que ainda será consolidada.

Será feito um reajuste um pouco abaixo do esperado principalmente pelo fato de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter revisado os dados de 2020 de alta de 2% para 3,8%. Então, a base comparativa é maior. Para o próximo ano, o desempenho do setor agropecuário deve ser um pouco superior. Deve haver problemas pontuais de clima, mas são naturais. O que preocupa é que outros componentes podem afetar para baixo o resultado de 2022, como o custo de produção mais elevado e o fornecimento garantido de insumos agropecuários. Entre os principais pontos de cautela, pode-se citar as incertezas com o abastecimento necessário de insumos para a 2ª safra de milho de 2022, para a safra de algodão e para a temporada 2022/2023. A CNA está defendendo uma série de projetos que visam a estimular o fornecimento nacional de insumos agrícolas. As estimativas percentuais da entidade para o próximo serão consolidadas.

Quanto ao terceiro trimestre deste ano, uma retração anual era esperada, em virtude de redução na produção agrícolas deste ano ante uma produção agrícola positiva no ano passado. Normalmente, para o setor agropecuário todo o 3º trimestre de cada ano é, em média, pior que o 2º trimestre em virtude da sazonalidade do setor. Neste ano, este resultado negativo foi agravado pelos efeitos climáticos muito severos e que interferiram fortemente no desempenho da agropecuária. As principais culturas colhidas no período em questão foram afetadas por estes efeitos adversos do clima, como café, milho 2ª safra de 2021, algodão e cana-de-açúcar. Sobre o café, a bienalidade negativa da cultura foi associada a pouca chuva, prejudicando a produção do grão. No caso do algodão, o plantio atrasado das lavouras, o enchimento das maçãs fora do período adequado somado a chuvas insuficientes afetou a produtividade das lavouras.

Para o milho 2ª safra de 2021, a semeadura do cereal fora da janela ideal, a seca e a geada foram os principais impactos, enquanto na cana-de-açúcar, prejuízos foram reportados por seca, geada e queimadas. Quanto ao quarto trimestre deste ano, o resultado do período geralmente é melhor do que o do terceiro trimestre e há boa expectativa com as culturas agrícolas de inverno, como uma boa safra de trigo. Contudo, os efeitos da pecuária serão mais negativos no período. Uma possível menor contribuição das proteínas no resultado do setor no último trimestre do ano está relacionada com o embargo chinês sobre a exportação da carne bovina brasileira, que levou frigoríficos a reduzirem o abate e trouxe reflexos no nível de produção das demais proteínas, como ovos, aves e suínos. Se de um lado culturas agrícolas colhidas no 4ºtrimestre se desenvolveram de maneira positiva frente ao clima; por outro, a pecuária deve segurar o desempenho do setor.

Mesmo com o crescimento menor do que inicialmente previsto para o ano, a agropecuária tende a aumentar sua participação no PIB total do País este ano. No ano passado, o PIB da agropecuária contribuiu com 6,8% do PIB nacional, dado que está sendo ajustado para cima pelo IBGE. Era prevista participação de 7,9% neste ano, porém com revisão de dados do ano passado e base comparativa maior, a participação do setor deve ficar próxima a 7,5%. As estimativas ainda serão calculadas. Apesar do ajuste, o peso do setor no PIB tende a ser maior que no ano passado, em virtude de resultados gerais mais fracos e do próprio aumento da participação da agropecuária na economia brasileira. Em 2022, a participação da agropecuária no PIB geral do País deve atingir entre 8% e 8,3%. Em 2022, deve ter certa acomodação dessa participação e a partir de 2025 a participação deve se estabilizar por volta de 6%. Até 2019, a média histórica de participação da agropecuária no PIB Brasil era de 5,5%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.