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01/Dez/2021

Taxa de desemprego segue em patamar elevado

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira (31/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,6% no trimestre encerrado em setembro. Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,6%. No trimestre até agosto, a taxa de desocupação estava em 13,2%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.459,00 no trimestre encerrado em setembro. O resultado representa queda de 11,10% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 223.549 bilhões no trimestre até setembro, queda de 5,7% ante igual período do ano anterior. Com a reponderação da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o total de pessoas ocupadas no País ficou maior do que o estimado anteriormente em todos os trimestres desde 2012.

O efeito da Covid-19 sobre o fechamento de vagas se manteve, enquanto a recuperação ficou melhor. Entre o terceiro trimestre de 2020, pior momento da crise, e o segundo trimestre deste ano, foram criados 600 mil empregos a mais do que o inicialmente estimado. Ainda assim, a criação de vagas não chega à metade do total perdido. Parte dos efeitos da reponderação da série histórica, que vinha sendo tratada nos últimos meses pelo IBGE, já havia sido vista nos dados da Pnad Contínua 2020 - Rendimento de todas as fontes, divulgados no dia 19 de novembro. Depois da revisão, os dados mostram uma população mais jovem, o que levou à revisão dos indicadores do mercado de trabalho. Conforme os dados revistos, quando a Covid-19 se abateu sobre a economia, no início de 2020, o País vinha de registrar 95,515 milhões de trabalhadores ocupados, em empregos formais e informais, no quarto trimestre de 2019, cerca de um milhão a mais do que o número da série antiga, de 94,552 milhões.

Com ou sem revisão, é o maior contingente ocupado já registrado. Agora, com a revisão, no pior momento após o início da pandemia, a população ocupada despencou para 83,439 milhões, no terceiro trimestre de 2020, ante 82,464 milhões na série anterior. Assim, o número de total de empregos ceifados, na comparação entre os ocupados no terceiro trimestre de 2020 com os ocupados no quarto trimestre de 2019 é de 12,076 milhões, praticamente o mesmo número de antes (12,088 milhões). Já no processo de retomada, comparando o segundo trimestre de 2021 com o terceiro trimestre de 2020, a nova série da Pnad Contínua aponta para a criação de 5,945 milhões de empregos, entre formais e informais. Ainda não é a metade do total cortado, mas são cerca de 600 mil postos a mais do que o saldo de 5,327 milhões estimados na série anterior. Com os dados do terceiro trimestre deste ano, a comparação com um ano antes, justamente o pior momento da crise no mercado de trabalho, aponta para a criação de 9,537 milhões de empregos, ainda sem voltar a situação anterior à Covid-19.

As revisões de cálculos foram feitas nos pesos que a amostra tem no total da população que ela pretende representar. Ao aumentar a participação dos mais jovens no total da população, a reponderação levou ao aumento do número de ocupados porque é mais comum as pessoas nessa faixa etária estarem empregadas. Entre os idosos, o mais comum é estar fora da força de trabalho, como é o caso dos aposentados. Assim, a reponderação levou também uma redução no total da população fora da força de trabalho. De modo geral, quem está fora da força são as crianças e adolescentes ou as pessoas mais velhas, muitos aposentados, pessoas que já saíram realmente do mercado de trabalho. Com a reponderação, a revisão para cima na população ocupada, ocorreu, principalmente, entre os trabalhadores com carteira assinada no setor privado. Entre o fim de 2019 e o terceiro trimestre de 2020, a evolução dos ocupados nessas condições aponta para o fechamento 4,097 milhões de postos, conforme os dados revisados. Antes, o corte apontado era de 4,032 milhões de vagas.

Na retomada, até o segundo trimestre deste ano foram criados 1,242 milhão de empregos com carteira, 419 mil a mais ante os 823 mil na série antiga. Com os dados do terceiro trimestre deste ano, a comparação com um ano antes aponta para a criação de 2,652 milhões de empregos, sem recuperar o total perdido. No lado do emprego tido como informal, o contingente de trabalhadores por conta própria permaneceu praticamente inalterado após a revisão. O número de trabalhadores sem carteira no setor privado foi aumentado antes e depois da pandemia. Na evolução ao longo da crise, o segundo trimestre deste ano registrou a criação de 1,564 milhão de vagas desde o segundo trimestre de 2020, o pior momento para essa forma de ocupação, ante 1,384 milhão de vagas geradas pelos dados de antes. Com os dados do terceiro trimestre, a comparação com o pior momento da crise aponta para a criação de 2,650 milhões de empregos, diante de 3,214 milhões de postos sem carteira perdidos até o pior momento da crise. O número de ocupados no trabalho doméstico, majoritariamente informal, ficou menor na revisão do IBGE, na contramão do que ocorreu com a população ocupada como um todo.

Só que a dinâmica de fechamento e abertura de vagas piorou com os dados reponderados. Do fim de 2019 ao pior momento da crise, no terceiro trimestre de 2020, foram fechadas 1,754 milhão de vagas (pouco mais do que os 1,744 milhão de antes) e, na recuperação, abertos 489 mil postos até o segundo trimestre (abaixo dos 496 mil estimados anteriormente). No terceiro trimestre, a comparação com um ano antes aponta para a criação de 940 mil empregos, longe de retomar a situação anterior à Covid-19. As revisões no total de desempregados foram menores, mas também apontam para um contingente maior do que o estimado anteriormente pelo IBGE. Na série reponderada, o auge do desemprego continua sendo no primeiro trimestre deste ano, só que, agora, o total de desocupados somou 15,257 milhões, mais do que os 14,805 milhões estimados anteriormente e, pela primeira vez, acima de 15 milhões de pessoas. As alterações no nível da taxa de desemprego também foram pequenas.

Agora, o recorde, no primeiro trimestre deste ano, passou a ser 14,9% (ante 14,7% anteriormente), mais do que o dobro da mínima histórica, de 6,3%, no quarto trimestre de 2013, antes da recessão de 2014 a 2016. A taxa de desemprego do trimestre móvel até agosto passou a 13,1% (ante 13,2% anteriormente), até chegar aos 12,6% do terceiro trimestre. No trimestre terminado em setembro de 2021, faltou trabalho para 30,743 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho saiu de 28,5% no trimestre até junho para 26,5% no trimestre até setembro. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até setembro de 2020, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 30,4%. A população subutilizada caiu 5,7% ante o trimestre até junho, 1,858 milhão de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até setembro de 2020, houve um recuo de 8,9%, menos 3,003 milhões de pessoas.

O Brasil tinha 5,145 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em setembro. O resultado significa 360 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em junho, um recuo de 6,5%. Em um ano, 725 mil pessoas a menos estão em situação de desalento, queda de 12,4%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. O País ainda tinha 13,453 milhões de pessoas desempregadas no trimestre encerrado em setembro. A taxa de desemprego passou de 14,2% no trimestre encerrado em junho para 12,6% no trimestre terminado em setembro. O total de desocupados diminuiu 9,3% em relação a junho, 1,378 milhão de pessoas a menos em busca de uma vaga.

Em relação a setembro de 2020, o número de desempregados caiu 7,8%, 1,144 milhão de pessoas a menos procurando trabalho. A população ocupada somou 92,976 milhões de pessoas, 3,592 milhões de trabalhadores a mais em um trimestre. Em relação a um ano antes, 9,537 milhões de pessoas encontraram uma ocupação. A população inativa somou 65,456 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro, 1,813 milhão a menos que no trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2020, a população inativa recuou em 6,777 milhões de pessoas. O nível da ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, subiu de 49% no trimestre encerrado em setembro de 2020 para 54,1% no trimestre até setembro de 2021. No trimestre terminado em junho, o nível da ocupação era de 52,1%. O trimestre encerrado em setembro de 2021 mostrou uma abertura de 1,411 milhão de vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em junho. Na comparação com o trimestre até setembro de 2020, 2,652 milhão de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado.

O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 33,508 milhões no trimestre até setembro, enquanto outros 11,691 milhões atuavam sem carteira assinada, 1,086 milhão a mais que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até setembro de 2020, foram criadas 2,195 milhões de vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria ganhou 817 mil pessoas a mais em um trimestre. Há 3,963 milhões de pessoas a mais nessa condição que o patamar de um ano antes, totalizando um recorde de 25,461 milhões de pessoas. O número de empregadores subiu em 82 mil pessoas em um trimestre. Em relação a setembro de 2020, o total de empregadores tem avanço de 3 mil. O País teve um aumento de 451 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, alta recorde de 9,2%, para 5,357 milhões de pessoas, contingente 940 mil maior que no ano anterior. O setor público dispensou 291 mil ocupados no trimestre terminado em setembro de 2021 ante o trimestre encerrado em junho. Na comparação com o mesmo trimestre de 2020, foram fechadas 251 mil vagas.

O País alcançou uma taxa de informalidade de 40,6% no mercado de trabalho no trimestre até setembro, com 37,709 milhões de trabalhadores atuando informalmente. Em um trimestre, 1,947 milhão de pessoas a mais atuaram como trabalhadores informais. A proporção de trabalhadores ocupados contribuindo para a previdência social ficou em 62,9% no trimestre até setembro, ante 63,5% no trimestre encerrado em junho. Embora a ocupação venha aumentando, a contribuição de ocupados vem caindo. Porque essa expansão da ocupação parte de trabalhadores informais que geralmente não têm essa contribuição para a previdência. Apesar da melhora no mercado de trabalho, o desemprego entre as mulheres permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens no País no terceiro trimestre. A taxa de desocupação do País desceu de 14,2% no segundo trimestre para 12,6% no terceiro trimestre de 2021. Enquanto a taxa de desemprego foi de 10,1% para os homens no trimestre encerrado em setembro, houve um resultado de 15,9% para as mulheres.

Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 10,3%, muito aquém do resultado para os pretos (15,8%) e pardos (14,2%). A taxa de desocupação para as pessoas com ensino superior incompleto foi de 14,3%, mais que o dobro do resultado para as pessoas com nível superior completo, cuja taxa foi de 6,3%. A taxa de desemprego teve um recuo estatisticamente significativo em 20 das 27 unidades da Federação na passagem do segundo para o terceiro trimestre. As maiores taxas de desocupação foram as de Pernambuco (19,3%), Bahia (18,7%), Amapá (17,5%), Alagoas (17,1%) e Sergipe (17,0%). Os menores resultados ocorreram em Santa Catarina (5,3%), Mato Grosso (6,6%), Mato Grosso do Sul (7,6%), Rondônia (7,8%) e Paraná (8,0%). A taxa de desemprego no estado de São Paulo ficou em 13,4% no terceiro trimestre, e, no Rio de Janeiro, em 15,9%. No total do País, a taxa de desocupação era de 12,6%.

A taxa de informalidade foi de 40,6% no total nacional. Os maiores resultados ocorreram no Pará (62,2%), Amazonas (59,6%) e Maranhão (59,3%). Os locais com as menores taxas de informalidade foram Santa Catarina (26,6%), São Paulo (30,6%) e Distrito Federal (31,8%). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de trabalhadores atuando na agricultura, indústria, construção, comércio e informação e comunicação já superou o patamar pré-pandemia. O contingente dessas cinco atividades hoje no terceiro trimestre de 2021 já é maior do que o registrado no primeiro trimestre de 2020 (trimestre pré-pandemia). O comércio abriu 1,242 milhão de vagas no trimestre encerrado em setembro ante o trimestre terminado em junho. Também houve geração de vagas nas atividades de alojamento e alimentação (486 mil), outros serviços (85 mil), indústria (721 mil), transporte (143 mil), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (208 mil), construção (489 mil) e serviços domésticos (444 mil).

Por outro lado, houve dispensas em administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-172 mil) e informação, comunicação e atividades financeiras (-41 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, a agricultura ganhou 803 mil trabalhadores. A construção admitiu 1,211 milhão, e o comércio contratou 2,105 milhões. Alojamento e alimentação criou 1,028 milhão de vagas, e serviços domésticos absorveram 952 mil trabalhadores. A indústria contratou 1,181 milhão de funcionários, enquanto o setor de informação, comunicação e atividades financeiras admitiu 1,047 milhão. Transporte ganhou 537 mil vagas, e os outros serviços admitiram 351 mil pessoas. A administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais contratou 279 mil trabalhadores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.