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26/Nov/2021

Fertilizantes: deterioração nas relações de trocas

Segundo o Itaú BBA, a relação de troca (quantidade de grãos necessária para compra de 1 tonelada de determinado adubo) da safra 2022/2023, que será semeada a partir de setembro do ano que vem, deve ser menos favorável ao produtor rural. Para adquirir a mesma quantidade de fertilizante, o produtor precisará desembolsar maior volume de grãos. Para a soja, a previsão é de que serão necessárias 31,49 sacas de 60 Kg da oleaginosa para compra de 1 tonelada de fosfato monoamômico (MAP) no ciclo 2022/2023, ante 29,75 sacas de 60 Kg de soja necessárias para aquisição da mesma quantidade do insumo na temporada 2021/2022. Para o cloreto de potássio (KCl), tendem a ser necessárias 30,75 sacas de 60 Kg de soja para compra de 1 tonelada do adubo no próximo ciclo, ante 29,05 sacas de 60 Kg na temporada atual.

Quanto ao milho, a relação de troca entre o grão e o MAP deve passar de 40,21 sacas de 60 Kg por tonelada de MAP em 2021/2022 para 62,74 sacas de 60 Kg por tonelada em 2022/2023. Para aquisição do Kcl em 2022/2023, tendem a ser necessárias 31,86 sacas de 60 Kg de milho por tonelada de Kcl, ante 19,23 sacas de 60 Kg por tonelada observada na safra 2021/2022. Quanto ao algodão, a relação de troca deve subir de 24,29 arrobas por tonelada de MAP para 26,43 arrobas por tonelada e de 16,44 arrobas por tonelada de Kcl para 27,98 arrobas por tonelada de Kcl. A deterioração da relação de troca entre grãos e fertilizantes é atribuída à elevação contínua dos preços internacionais dos principais macronutrientes. As novas altas dos insumos levam as relações de troca projetadas para 2022/2023 aos piores patamares dos últimos anos.

As cotações dos nitrogenados e fosfatados têm sido afetadas pelas incertezas na oferta global em meio às incertezas sobre o fornecimento do produto pelos principais players, como Rússia e China, além dos patamares elevados de gás natural que levaram à redução em plantas de nitrogenados da Europa. A sustentação dos valores dos potássicos está relacionada ao recrudescimento das questões políticas como sanções da União Europeia (UE) e Estados Unidos sobre a Bielo-Rússia, que podem restringir a oferta externa do insumo pelo país. Sobre a safra 2021/2022, com o avanço do plantio dos grãos da safra de verão (1ª safra 2021/2022), as negociações de fertilizantes para o 1º semestre do ano que vem estão praticamente finalizadas. Nas culturas de café e cana-de-açúcar, que adquirem produtos de maneira mais distribuída ao longo do ano, pode-se dizer que negociações continuam ocorrendo, porém em menor escala para o início de 2022. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.