ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/Nov/2021

Agropecuária sustentável já é realidade no Brasil

Ao perene desafio socioeconômico de aumentar a produtividade, as últimas gerações acrescentaram o de preservar o meio ambiente. Em muitos setores, sobretudo o energético, esses desafios colidem, obrigando a um cálculo delicado de custos e benefícios enquanto as tecnologias aptas a solucionar o problema são desenvolvidas. No caso da agropecuária brasileira, a boa notícia é que já é possível neutralizar danos ambientais com ganhos de produtividade. A agropecuária é a conexão crucial dos dois principais compromissos assumidos pelo Brasil na Conferência Climática da ONU (COP-26): a redução de 30% das emissões de gás metano até 2030 e o desmatamento zero até 2028. A pecuária responde por 70% das emissões de metano do País. Metade das emissões de CO2 é provocada pelo desmatamento e 95% das áreas desmatadas são destinadas à agropecuária. Hoje, 57% dos pastos brasileiros apresentam alguma degradação, sendo 26% em um grau severo.

A recuperação dessas pastagens é a chave para cumprir as metas climáticas brasileiras e aumentar a produtividade da sua agropecuária. A vantagem é que isso não depende de tecnologias novas ou custosas. As variáveis do problema já foram equacionadas no Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono). O desafio é implementá-lo em escala. A mitigação das emissões agrícolas se dá em três frentes: aperfeiçoamento da dieta dos animais; intensificação da produção; e compensação pelo sequestro de carbono. O sistema de rotação da produção de grãos, carnes e madeira, conhecido como integração lavoura-pecuária-floresta, opera nas três frentes: ao recuperar pastos degradados, ele diminui a pressão por novas áreas de pastagens, sequestra carbono do ar e aumenta a eficiência da alimentação do gado, reduzindo o tempo para o abate. Contudo, segundo a Embrapa, se não acabar o desmatamento ilegal, todos esses esforços são inúteis.

Cada hectare desmatado precisaria de 240 hectares de pasto recuperado para compensar. O País tem “meio caminho andado”, contando com a legislação avançada, robusta e rigorosa do Código Florestal. É do interesse da sociedade brasileira, mas muito especialmente do agronegócio, exigir que o Executivo cumpra suas atribuições e execute devidamente a lei. Isso implica não só a fiscalização e a punição rigorosa aos desmates ilegais, mas mecanismos de compensação aos serviços ambientais prestados por produtores comprometidos com a lei. P desafio de uma agricultura sustentável pode ser vencido com políticas que fomentem incentivos, financiamento e assistência técnica, sobretudo para os pequenos produtores. Se o País for capaz de apresentar um programa convincente na próxima COP, estará em condições de recolocar-se com plena autoridade na vanguarda da sustentabilidade agrícola, cumprindo a sua dupla vocação de celeiro do mundo e guardião do maior bioma tropical do planeta. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.