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25/Nov/2021

Dólar cai com ajuste de posições e fluxos pontuais

Depois de uma manhã volátil nesta quarta-feira (24/11), com algumas trocas de sinal, o dólar se acomodou em leve queda, na contramão do fortalecimento global da moeda norte-americana diante da expectativa de antecipação da alta de juros nos Estados Unidos, sentimento reforçado pela divulgação do índice de preços de gastos ao consumidor (PCE). Com mínima de R$ 5,55 e máxima de R$ 5,62, o dólar fechou a sessão desta quarta-feira (24/11) a R$ 5,59, em queda de 0,25%. Assim, a moeda norte-americana acumula baixa de 0,91% em novembro, esboçando interromper uma sequência de dois meses de alta: 3,67% em outubro e 5,30% em setembro. Nas mesas de operação, o desempenho do Real é atribuído a ajuste de posições, em meio a apostas em aprovação da PEC dos Precatórios, cuja votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado deve ficar para o dia 30 de novembro, e a fluxos pontuais de recursos.

Operadores ressaltam que, a despeito da queda no mercado à vista, o dólar futuro para dezembro trabalhou em alta e com liquidez muito reduzida, o que refletiria ainda um ambiente de cautela entre os agentes. A Correparti Corretora atribui a máxima e a mínima da sessão ao vaivém em torno da PEC dos Precatórios e a dados da economia norte-americana. Na parte da tarde, o dólar perdeu força e voltou a cair com vendas no mercado à vista por parte de exportadores. O líder do governo e relator da PEC dos Precatórios no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), protocolou seu parecer, mantendo o limite para pagamento de precatórios e a mudança na regra de cálculo de gastos, o que deve abrir espaço de R$ 106,1 bilhões para gastos em 2022, ano das eleições presidenciais. Como já anunciado, o relator prevê Auxílio Brasil de caráter permanente, sem que seja necessário, contudo, apresentar fonte de financiamento, como exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Um ponto que chamou a atenção é que o parecer traz pontos do texto em separado, o que abre espaço para o fatiamento da PEC, ou seja, que partes já aprovadas pelos deputados sejam promulgadas, enquanto as eventuais alterações voltaram para a Câmara em uma proposta paralela. Houve pedido de vistas coletivo, mas a Comissão de Constituição e Justiça afirmou que a votação do texto será no dia 30 de novembro, segundo determinação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Na avaliação da Inversa Publicações, a manutenção dos pontos essenciais da PEC, com correção do cálculo do teto e limitação dos gastos com precatórios, dá visibilidade sobre o tamanho da folga no orçamento de 2022. O mais importante é saber o quanto pode ser o gasto, e não exatamente em que o dinheiro vai ser gasto, se em emenda parlamentar ou Auxílio Brasil. Quanto mais cedo a PEC passar, melhor, já que diminui a incerteza e evita surpresas indesejadas.

A percepção é de que há exagero no pessimismo de parte do mercado e que boa parte da formação da taxa de câmbio no Brasil se deve a influência da escalada do dólar no exterior. Em comparação com o euro, por exemplo, o Real tem se apreciado. A taxa está perto de R$ 5,60 porque a valorização do dólar no exterior foi muito forte. A leitura recente de dados de atividade e inflação nos Estados Unidos, aliada à recondução de Jerome Powell à presidência do Fed (o banco central norte-americano) alimenta a expectativa de antecipação da alta de juros nos Estados Unidos. No exterior, o DXY (que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes) operou em alta firme, atingindo os 96,938 pontos na máxima. A moeda norte-americana também avançou em relação a divisas emergentes, incluindo pares do Real, como o peso mexicano. A exceção foi a lira turca, que se recuperou em parte do tombo de terça-feira (23/11). O PIB dos Estados Unidos cresceu 2,1% no terceiro trimestre na margem, levemente abaixo de avanço de 2,2% previsto por analistas.

Chamaram mais atenção os gastos com consumo e o PCE, o índice de referência de inflação do Federal Reserve. Os gastos avançaram 1,3% em outubro ante setembro, acima do esperado (1%). O PCE subiu 0,6% em outubro, com alta de 0,4% do núcleo. Na comparação anual, o índice avançou 5% e seu núcleo aumentou 4,1%. A ata do encontro mais recente do Federal Reserve não provocou solavancos nos ativos domésticos. Segundo o documento, alguns dirigentes do Fed preferiam um ritmo mais rápido de redução de volume de compras de bônus. Uma vez mais, o Fed afirmou que o 'tapering' não traz qualquer sinal em relação a ajuste nos juros. A presidente da distrital do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, disse que não se surpreenderia se houvesse uma ou duas elevações da taxa básica de juros em 2022. Nesta quinta-feira (25/11), o mercado norte-americano estará fechado por conta do feriado do Dia de Ação de Graças, o que pode ajudar a explicar a falta de apetite por negócios no mercado futuro nesta quarta-feira (24/11). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.