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23/Nov/2021

Economia brasileira: dados já indicam recessão

Segundo o Monitor do PIB-FGV, com um tombo de 0,1% no terceiro trimestre, a economia brasileira voltou ao buraco, revertendo recuperação iniciada no ano passado e mantida nos primeiros três meses deste ano. Foi uma perda igual à do período de abril a junho. Resultados negativos em dois trimestres seguidos caracterizam, tecnicamente, uma recessão. Esse retrocesso já havia sido apontado, no começo da semana, pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Os dois balanços são usados por empresários, investidores financeiros e analistas econômicos como prévias mensais do Produto Interno Bruto (PIB), publicado a cada três meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com divulgação prevista para 2 de dezembro, as contas oficiais poderão confirmar ou desmentir a recessão apontada pelo Banco Central e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mas um ponto importante parece fora de dúvida.

Mesmo com número positivo, o balanço mostrará um desempenho muito fraco no terceiro trimestre, com a indústria emperrada e o consumo ainda muito moderado. Custos de produção muito altos, desemprego elevado e inflação disparada são dados inegáveis e indicativos de economia em mau estado. Segundo o Monitor, em setembro o PIB cresceu 0,3% sobre agosto, mas esse desempenho foi insuficiente para impedir um resultado trimestral negativo. O dado mensal foi 2,4% superior ao de um ano antes. O confronto entre o terceiro trimestre deste ano e o de 2020 apontou avanço de 4,1%. O quadro geral ficará ainda mais feio, pois na próxima publicação oficial a variação do PIB em 2020 deverá ser revista de -4,1% para -4,2%. O crescimento de 2019 já foi alterado de 1,4% para 1,2%. Com a recuperação interrompida no segundo trimestre deste ano, o crescimento acumulado em 12 meses ficou em apenas 3,7%, de acordo com o Monitor. Nesse período, o balanço final só foi negativo na administração pública e na indústria extrativa mineral.

Nesse quadro se destacam os serviços. Depois de quedas seguidas entre abril de 2020 e maio deste ano, o setor reagiu e em 12 meses acumulou expansão de 3%. O importante componente "outros serviços", onde se incluem restaurantes, bares, hotéis e viagens, foi muito afetado pela pandemia. Sua retomada se deve à abrangência da vacinação. É fácil e oportuno ir além desse comentário e apontar mais um fato inegável: a recuperação econômica tem sido favorecida por um fator combatido, desacreditado e sabotado pelo presidente Jair Bolsonaro, a vacinação contra a Covid-19. Ele se opôs à compra da vacina do Butantan pelo Ministério da Saúde, desprezou a oferta inicial de imunizantes da Pfizer e realizou sua recente viagem ao mundo árabe sem ter se vacinado. Esses detalhes finais combinam com os números citados anteriormente, componentes do retrato de uma economia devastada por quase três anos de um mandato marcado por incompetência e irresponsabilidade. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.