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19/Nov/2021

Florestas: desmate só gera prejuízos para o Brasil

Zerar o desmatamento ilegal até 2028; reflorestar 18 milhões de hectares de florestas até 2030; e recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas. Os anúncios feitos pelo governo brasileiro logo no início da COP-26 juntam-se a um compromisso assumido por mais de cem líderes mundiais para acabar com o desmatamento até 2030, a chamada Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra. A declaração prevê um fundo de US$ 12 bilhões com dinheiro público aportado por 12 países (incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão e a União Europeia) entre 2021 e 2025, além de US$ 7,2 bilhões de investimento privado de mais de 30 instituições financeiras mundiais.

O objetivo é apoiar iniciativas de restauração e manutenção de florestas e de apoio a comunidades indígenas em países em desenvolvimento. Um dos compromissos, por exemplo, prevê o envio de 1,7 bilhão de dólares para povos indígenas e comunidades tradicionais, populações consideradas fundamentais para proteger florestas e suas biodiversidades. Enquanto o Brasil tenta atrair atenção e investimentos anunciando um futuro verde, o presente é forrado de cinzas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos primeiros seis meses de 2021, o desmatamento da floresta amazônica brasileira aumentou 17%, com 3.610 Km² devastados.

Segundo a Universidade de São Paulo (USP), nos últimos três anos o nível de desmatamento, alinhado a incêndios florestais, tem se estendido de forma impressionante. Isso em função do governo flexibilizar o monitoramento de ações contra grilagens. O Brasil e seus representantes na COP não tinham outra opção: ou aceitavam que devem combater o desmatamento, ou o País sofreria sanções econômicas. Em 2021, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lançou o Movimento Empresarial pela Amazônia, com o propósito de manifestar compromisso público com uma agenda de desenvolvimento sustentável.

Entre as ideias apoiadas pelos signatários, um grupo com mais de 80 empresários ligados a algumas das principais empresas nacionais, há o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e nos demais biomas brasileiros; a inclusão social e econômica de comunidades locais para garantir a preservação das florestas; a adoção de mecanismos de negociação de créditos de carbono; e a valorização da biodiversidade como parte integral de estratégias empresariais. Segundo o CEBDS, o Brasil convive com o desmatamento ilegal, que está arranhando a imagem do País e baixando o nível de investimento das empresas. Não é possível separar a marca da empresa da marca Brasil. Os empresários estão levantando sua voz em relação ao desmatamento.

Para o Fundação Amazônia Sustentável, com mais de 15 anos de experiência em participações nas COPs. se as intenções governamentais ainda inspiram descrença, o envolvimento da sociedade civil em questões ambientais é cada vez maior. Se, de um lado, ainda existem parênteses e colchetes nos textos diplomáticos, do outro lado, a sociedade civil e as empresas estiveram na COP-26 com sentimento de engajamento e ação. Não se fala mais no ‘precisamos fazer algo’, mas, sim, em como fazer, quanto custa e quem sabe fazer. É hora de trabalhar com soluções viáveis, do ponto de vista econômico, e inclusivas, no aspecto social. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.