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18/Nov/2021

Brasil: indicadores sinalizam para recessão técnica

Conhecido como uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Atividade (IBC-Br) medido pelo Banco Central registrou queda de 0,14% no terceiro trimestre do ano, na comparação com os três meses anteriores. Como o indicador também já havia mostrado recuo no período de abril a junho (de 0,35%), ficou caracterizado o que os economistas chamam de recessão técnica. O resultado levou o mercado a revisar para baixo suas estimativas para o ritmo de atividade tanto no terceiro trimestre como no fechamento do ano e em 2022. A mediana das previsões para o terceiro trimestre passou a ser de variação zero. Antes, a mediana para o período era de crescimento de 0,3%. Para o fechamento deste ano, a expectativa do mercado caiu de 5% para 4,8%, enquanto para 2022 recuou de 1,5% para 0,5%. O resultado oficial do PIB no País é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que só vai divulgar no início de dezembro os números referentes ao terceiro trimestre.

Em setembro, na comparação com agosto, o IBC-Br teve queda de 0,27% na série já livre de influências sazonais (uma espécie de compensação que é feita para comparar períodos diferentes). De agosto para setembro o IBC-Br passou de 138,93 pontos para 138,56 pontos, no menor patamar desde dezembro do ano passado (138,27 pontos). O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do Banco Central para a atividade doméstica em 2021 é de crescimento de 4,7%. Esta estimativa foi atualizada no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em setembro. O Banco ABC Brasil reduziu a projeção de crescimento do PIB no trimestre de 0,2% para zero. A contração de 0,14% do IBC-Br na margem do trimestre confirma um viés de baixa para a atividade. O crescimento de 3% do volume de serviços prestados no terceiro trimestre deve garantir uma expansão de 1,5% para o PIB do setor no período. Em contrapartida, a previsão é de contração de 1% do PIB industrial e uma queda da agropecuária. Para 2021, a projeção de crescimento do PIB foi reduzida de 5% para 4,8%.

Em 2022, a estimativa caiu de 0,5% para 0,1%, mas não está descartada uma contração da atividade. A mensagem principal é a que existe uma desaceleração contratada no ano que vem, com juro real para cima, incerteza econômica e pauta fiscal que não ajuda. A perspectiva da safra está boa e deve segurar um pouco o PIB, mas existe chance de queda. A XP Investimentos projeta variação zero para o PIB no terceiro trimestre, com crescimento de 4,3% na comparação anual. Há algumas semanas, a XP chegou a esperar crescimento de 0,5% na margem, mas, dada a decepção com os indicadores de atividade, principalmente em setembro, a previsão passou por revisões baixistas. Para 2022, a expectativa é de crescimento de 0,8%, também com viés de baixa. O comportamento inflacionário recente tem surpreendido. Com base nisso, talvez o Banco Central precise apertar mais sua política monetária, mesmo diante do quadro de enfraquecimento da atividade doméstica. A XP projeta Selic terminal de 11%, em março de 2022. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.