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12/Nov/2021

Dólar recua após aprovação da PEC dos Precatórios

O Real teve o melhor desempenho entre as divisas emergentes na comparação com dólar nesta quinta-feira (11/11), dia marcado por forte valorização do Ibovespa e recuo dos juros futuros. A perspectiva de que a PEC dos Precatórios passe no Senado, após ser aprovada por boa margem em segundo turno na Câmara dos Deputados, diminui a incerteza no campo fiscal e, por tabela, os prêmios de risco embutidos nos ativos domésticos. Também contribui para a apreciação do Real a alta de commodities como o minério de ferro, na esteira dissipação de temores de uma crise no setor imobiliário chinês após a incorporadora Evergrande honrar pagamento de bônus e o governo chinês sinalizar que pode relaxar a regulação setorial. A moeda brasileira, que havia sido muito castigada ao longo de outubro, auge das preocupações com o furo do teto dos gastos, agora se sobressai entre seus pares. No Brasil, o dólar trabalhou em queda superior a 1% durante quase todo o pregão e, no início da tarde, chegou a romper o piso de R$ 5,40, descendo até a mínima de R$ 5,39 (-1,95%).

O dólar encerrou em baixa de 1,74%, a R$ 5,40, o menor valor de fechamento desde 1º de outubro, quando encerrou a R$ 5,36. O fluxo cambial foi pequeno devido ao feriado do Dia dos Veteranos nos Estados Unidos (com o mercado de Treasuries fechado), o que não tira a representatividade da recuperação do Real. O fato é que, com a queda desta quinta-feira (11/11), o dólar já perde 2,15% na semana. Em novembro, a moeda norte-americana acumula baixa de 4,28%, esboçando interromper uma sequência de dois meses de valorização (3,67% em outubro e 5,40% em setembro). A Integral Group classifica a apreciação do Real como um movimento natural de correção no curto prazo, estimulado pela redução das incertezas no campo fiscal. O fato de a PEC dos Precatórios passar na Câmara trouxe um alívio de curto prazo, porque significa que não vai se perder totalmente o controle das despesas, como poderia ocorrer sem a PEC. Há uma boa possibilidade de a proposta ser aprovada no Senado.

Estão tirando cenários piores dos preços, mas o Real ainda tem um desempenho pior que seus pares em períodos mais longas. A Davos vê a recuperação recente do Real não como um sintoma de otimismo dos investidores com a política fiscal, mas como uma redução gradual do pessimismo após a aprovação da PEC dos Precatórios. O dólar chegou a tocar R$ 5,70 e era de se esperar um recuo da taxa de câmbio à medida que diminuísse um pouco a percepção de risco. Esse movimento não é visto como uma tendência de melhora e sim um ajuste. A moeda brasileira ainda é uma das mais desvalorizadas do mundo e a volatilidade tende a continuar. Importante ressaltar as incertezas que devem ser provocadas pela aproximação do processo eleitoral. O Banco Central pontuou que houve quebra na relação entre termos de troca e formação da taxa de câmbio no Brasil e em outros países produtores de commodities, fenômeno que poderia ser explicado pela deterioração fiscal provocada pelos gastos com a pandemia. Essa descorrelação pode ser atenuada com a normalização das políticas monetárias.

Mas, o 'modus operandi' do Banco Central no mercado de câmbio não muda: só atua em cenários de fluxo que não consegue ser digerido por mercado, ou quando há disfuncionalidade. Em relação à política monetária, o ritmo de alta da taxa Selic em 1,5% por reunião (adotado em no encontro do Copom em outubro) ainda parece adequado, dado o conjunto de informações que o Banco Central tem no momento. Não faltou a tradicional ressalva de que o Banco Central pode adotar mudar de ideia caso as condições econômicas se alterem. O principal indicador desta quinta-feira (11/11) deu força a quem aposta que o Copom não vai acelerar o passo em dezembro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que as vendas no varejo caíram 1,3% em setembro em relação a agosto (com ajuste sazonal), enquanto a mediana de projeções era negativa em 0,6%. Em relação a setembro de 2020 (sem ajustes sazonais), a queda foi de 5,5%, também acima da mediana (-4%). Na B3, o dólar futuro para dezembro fechou em queda de 1,76%, a R$ 5,41, com volume negociado de US$ 11,2 bilhões. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.