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12/Nov/2021

COP-26: Brasil busca consenso em financiamento

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que o Brasil está trabalhando na COP-26, de forma muito construtiva, na busca de um consenso multilateral para que sejam aprovados os financiamentos necessários para bancar a transição da economia, que hoje é baseada em emissões, para uma economia verde segura e sustentável. Trata-se de um desafio global, que não é só do Brasil. Mas, um consenso multilateral depende de todas as partes, de todos os grupos e, em especial, dos países ricos quando o assunto diz respeito a financiamentos, ou seja, do G7 (Grupo dos 7 países ricos do planeta). É um desafio global para que tudo aconteça nessa COP-26 e o Brasil é uma das partes que está contribuindo e trabalhando para que ocorra consensos especialmente em financiamentos. A luta é para que o tal consenso seja fechado nas próximas 24 ou 48 horas. De acordo com Leite, o financiamento climático que foi fechado em 2015, no valor de US$ 100 bilhões, não foi plenamente cumprido até hoje.

Segundo ele, há sobre a mesa uma proposta para esse financiamento seja realizado nos próximos anos. Mas, essa proposta ainda não está completamente definida e mesmo essa proposta de US$ 100 bilhões por ano, para financiar uma transição responsável e justa, não será suficiente. Um relatório da Conferência mostra que se deveria buscar US$ 1 trilhão, o mais rápido possível. O momento é de emergência financeira. O grande desafio global é transformar essa nova agenda verde, essa nova economia verde, neutra de emissões, na velocidade que todos querem, inclusive o Brasil, porque é uma oportunidade de emprego verde. E a melhor forma de se fazer isso, além da inovação tecnológica, é com financiamento robusto e incentivo financeiro. Essa foi uma COP em que várias empresas do setor privado participaram ativamente das conversas, mostrando suas preocupações e mostrando ser parte da solução.

O ministro mencionou também um outro relatório que fala em algo em torno de US$ 5 trilhões por ano para fazer a transição para uma economia neutra em emissões. Pode-se considerar que desses US$ 5 trilhões, talvez um US$ 1 trilhão venha dos governos, sob a estrutura das conferências das partes e os outros US$ 4 trilhões venham da iniciativa privada, nos seus vários formatos. Para o ministro, a COP-26 é uma conferência que traz uma preocupação com a emergência financeira, que ainda não foi solucionada durante as negociações. Com relação a mercados de carbono, ele disse que o mundo se encontra num momento importante porque os documentos já foram postos na mesa e porque existe uma proposta em andamento e para a qual o Brasil claramente tem dado seu apoio. Trata-se de uma proposta que, de acordo com o ministro, garante toda a integridade do sistema para que este sistema e o mercado sejam uma ferramenta de mais ambição para uma transição mais justa para as regiões onde projetos de baixa emissão possam gerar créditos e assim fazer transferência de recursos para projetos com menor emissão de carbono.

Mas, infelizmente, alguns países ainda estão resistentes a essa proposta apoiada pelo Brasil e por vários outros países. O Brasil tem trabalhado junto com a equipe do Itamaraty de uma maneira contundente na direção de um consenso multilateral. É um desafio que o Brasil na direção de atrair os países para uma proposta razoável, que já está aprovada pela maioria deles, mas que não é consenso, lamentou o ministro. Ele afirmou ainda que o Brasil, desde o primeiro dia e até mesmo antes da COP-26, tem trabalhado nessa direção junto com a própria Conferência. O objetivo é que o mercado de carbono e sua estrutura seja aprovada nessa Conferência e que seja possível obter mais recursos financeiros nessa transição para uma nova economia verde, justa e que gere mais emprego de forma real e sustentável. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.