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11/Nov/2021

Alimentos e monitorados pressionando a inflação

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta de preços de bens e serviços monitorados pelo governo, como a energia elétrica e a gasolina, têm afetado diretamente a inflação, mas tem gerado também pressão indireta sobre outros itens, gerando uma inflação de custos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de 1,16% em setembro para 1,25% em outubro, a taxa mais elevada para o mês desde 2002. Como consequência, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses acelerou de 10,25% em setembro para 10,67% em outubro, ante uma meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano. A inflação em 12 meses tem aumentado mês a mês. As maiores contribuições para o IPCA acumulado em 12 meses são da gasolina (2,08%), energia elétrica (1,30%), gás de botijão (0,42%), etanol (0,41%), automóvel novo (0,38%) e automóvel usado (0,28%). De janeiro a outubro, o IPCA acumula alta de 8,24%, sob pressão, principalmente, dos aumentos na gasolina (1,88%), energia elétrica (0,88%) e gás de botijão (0,37%).

O IPCA tem sido pressionado por preços administrados, mas os alimentos também contribuem para a inflação elevada. A demanda tem se recuperado aos poucos, impulsionada pela reabertura da economia e pelo avanço da vacinação da população contra a Covid-19. No entanto, o cenário atual evidencia pressão de uma inflação de custos, turbinada por aumentos nos combustíveis, gás e energia, além da alta do dólar. A gasolina tem impacto no frete, acaba afetando preços de outros itens também. Dentro do índice, a inflação de serviços, usada como termômetro de pressões de demanda sobre a inflação, passou de uma alta de 0,64% em setembro para 1,04% em outubro. Já a inflação de itens monitorados pelo governo saiu de 1,93% em setembro para 1,35% em outubro. Essa alta nos preços dos serviços tem que ser observada com certa cautela ainda, porque os serviços prestados às famílias não têm sido a principal contribuição para a recuperação do setor de serviços.

A alta de preços pode ter questões que não são relacionadas diretamente com a demanda por serviços, mas também a alta de custos. Como exemplo pode-se citar o encarecimento das passagens aéreas (33,86%) e do transporte por aplicativo (19,85%). A passagem aérea tem inflação de custo, por conta da depreciação cambial, já que muitos contratos de aéreas são atrelados ao dólar, e da alta no custo dos combustíveis, a alta de querosene de aviação. Além disso, com a melhora da pandemia, houve aumento da demanda. No transporte por aplicativo, os fatores são parecidos. Tem aumento na circulação de pessoas e alta dos combustíveis. Esses custos acabam sendo repassados para o consumidor. A inflação de serviços acumulada em 12 meses saiu de 4,41% em setembro para 4,92% em outubro. A inflação de monitorados em 12 meses passou de 15,72% em setembro para 17,01% em outubro, o maior patamar desde janeiro de 2016, quando foi de 17,22%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.